sábado, 24 de março de 2018

Antes fosse o alcool minha maior droga, até o tabaco. Antes fosse. Se fosse talvez numa clínica, me pudesse curar.
Mas meu maior vício é esta melancolia que de mim não consigo tirar. De coisas passadas, de outros tempos e de outros lugares.
Guardo tão religiosa, quase se tornou o credo, o saudosismo e o lamento.
Antes fosse outra minha maior droga.
Os cheiros trazem memórias vívidas,
De como andei, com quem andei, do toque teu na minha pele, no meu rosto também.
Tão forte, tão real, tão cruel.
Cruel, destrutivo, invasivo.
Sento-me à espera do advento,
Esta religião me educou assim.
Para puder emergir daqui e no papel escrever tudo, e dizer nada.
O advento da saída da melancolia, a certeza do regresso dos dias bons, cheios de sol e de cheiros novos que não me levam a ninguém.
Antes fosse a escrita a minha droga.
Mas sem melancolia, a escrita não existia,
É o saudosismo que me consola.

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