sexta-feira, 30 de junho de 2017

Eu quero tanto acreditar no amor, como se fosse uma força  imparável que supera toda a malícia do mundo, eu quero acreditar, mas não consigo.
E estas noites longas demais em que cogito em mim que estás distante com outra, me fazem sofrer imensamente, e a minha descrença aumenta e a cada dia que passa eu sofro cada vez mais, eu sufoco em mim.
Essa amor que tenho me diz para ficar.
Mas esse medo consome tudo e me faz arder por dentro.
Neste momento estou de pés cimentados no chão. Sem acção. Sem destino.
Uma parte de mim hoje morreu com tudo isso.

O Inferno que há em mim

As labaredas do fogo
Vivazes escarlates,
Por entre chamas caminho
Como se nada se tratasse.

O fogo queima minha pele?
Hás de um dia perguntar
Se queima como o fel,
A verdade é que has de habituar-te

Epopeia da vida,
Trouxe-me a este lugar,
A saída perdia de vista,
Acabei por ficar,
Minha casa, moradia,
O Hades passei a chamar,
Um anjo caído,
Que não se quis levantar.

Não te acerques de mim.
Não me mires.
Não ames.
Se por ousadia tentares,
Escuta os lamentos que ressoam no ar,
De tolos heróis
Que como tu
Quiseram avançar.
Sem temer a morte,
Entrando no Inferno para me salvar.

O erro está em pensar,
Que o que os faz capitular
São as chamas acerca.
O real inferno está em mim
Minh'alma perdida,
Queima quem se acerca,
Leva os gritos ensurdecedores
O sofrimento e dores,
O vazio do falso amor
E vãs esperanças propaladas
Noites de insônias inacabadas
Madrugadas infidadas
Marcadas por pluviais palavras
Que não  se arreigam deste lugar.

O Inferno está em mim,
Sou eu que o continuo a alimentar.

sábado, 17 de junho de 2017

A profundidade das palavras que sairam pela boca, tiveram um impacto que eu conheço demasiado bem. Mas não havia como as retirar. E novamente na minha vida, voltei a me avaliar.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Já não escrevo sobre amores falhados, 
Sobre paraísos que pensei ter encontrado.
Hoje escrevo sobre a consciência que tomei de mim, 
Que há muito mais do que aquela limitação existencial,
O caminho que desbravo
No final erguerei um castelo,
Das vivências que for colhendo,
No espelho apreciarei as cicatrizes
que o tempo for tecendo,
Se do meu lado estiverem apenas sombras, 
Toma-las-ei como perenes irmãs, 
Que contrastando com a luz que de mim irradia, 
Compõem sinfonia divina.

Os sinais se vão revelando,
Escuto,  em meu silêncio calado, 
Fui aprendendo a sereno conhecer
Meu maior ganho será  entender,
que neste mundo nada me falta, 
A quantidade certa se me presenteei
Calo os desejos por que minh'alma anseei,
Inconsequente marinheira,
Esgrimindo-se em precipitadas decisões,
Acabando perdendo, e se perdendo por entre os vagões
O desnortedo mar que intenta te levar,
Escolhes segui-lo?
Escolhes lutar?
Qual seja tua escolha
Aceita que ele é supremo

Eu quero partir à  descoberta,
Mesmo com todo o medo que há mim,
Eu quero partir à  descoberta,
Quer tu decidas comigo partir,
Ou serenamente me deixar ir,
Inquietante comoção em mim,
Leva-me a querer eternamente fluir,
Com todas as coisas que um dia conheci,
Que um dia virei a conhecer,
Nesse misto de reminiscência
E inédito,  continuamente me perder.

Eu quero partir,  sem olhar para trás
De entre este tempo assaz fugaz, 
Encontrar razões para me orgulhar,
De nunca ter aceitado parar.
Eu levo dentro de mim meus acenstrais, 
Minha mãe  guerreira,  e meu amado pai, 
E o desbravado caminho de meus avós, 
Por estas linhas oiço suas voz:
"Sem medo de errar, 
Sem medo de falhar."
Tomando o Destino em minhas mãos,
Quase que flutuando do chão
Meus passos firmes tecendo, 
Com esta vida,  simples,  não me contento,
Eu vou partir para não mais voltar,
Não precisas por mim esperar.