Letícia mirava fixamente a pequena boca rosada de Sienna, não conseguia se conter. Questionava-se se Almir também tivera algo com ela...os pensamentos que lhe passavam pela mente, traziam uma tremenda incerteza. Todas para ela eram suspeitas. Ela era a segunda, mas sentia-se como se fosse a única, como se estando com a outra, com Mira, Almir a estivesse a trair.
- Perdeste o juízo por completo...- disse-lhe Ísis.
- Não consigo tirar de mim esta sensação. É como se...se tudo que ele fizesse me deixasse com um pé atrás.
- Letícia, não devia te deixar com um pé atrás. Devias sair dessa situação. Tu mereces muito mais que isso. Tu és mulher demais para te contentares com isso...não consegues ver que ele te está a usar?
- Ísis... - tentou retorquir.
- Não, se mais ninguém to disse, digo-te eu. Ele está a usar-te, descaradamente. Ele nunca vai deixar a noiva, muito menos estando ela grávida. Tu sabes isso. Só não sei porque que aceitas isso.
- Eu sei...mas...
- Mas nada!
É uma força que nasce do àmago de meu ser, E me impele a te dizer, mais que palavras, mais que mistérios Impele a te mostrar. Textos por Ralde Sicato.
sábado, 26 de agosto de 2017
Leticia
Ela cerrou os olhos. "Ele disse que ia ligar", então a esperança dela é que ele ia ligar. De olhos fechados, o cansaço foi tomando conta dela, adormeceu e no seu mundo onírico sonhou com ele.
- Fiquei à tua espera.
- Eu sei...desculpa...
- Não ligaste como disseste que ias ligar...não sei se consigo mais acreditar em ti...
- Desculpa...
Era a única palavra que servia de justificação. Ela sabia o porquê. Não o dizia em voz alta porque tinha medo de o afastar, medo de, se o confrontasse, ele iria se aperceber que ela via a mentira por trás das suas palavras. Então não disse nada.
Aceitou uma vez mais metade do que ela merecia. Migalhas até.
Acordou sobressaltada. O relógio marcava vinte para a meia noite. Decidiu ligar.
O telefone chamava até que ele atendeu.
- Estou?
- Disseste que ias ligar...esperei por ti...
A voz ensonada apenas proferiu o perceptível:
- Adormeci...desculpa - tal qual no sonho dela.
- Dorme então - disse Elisier.
Não tinhas mais forças para discutir com ele. Não era o facto de ele ter adormecido que a magoou. Foi a pouco importância que ela sentiu ter para ele. Quem promete algo desse género e depois simplesmente não faz por cumprir...é porque a outra pessoa não tem importância. Ela sabia disso porquê mesmo que ela adormecesse, iria acordar durante o sono porque todo o seu organismo lhe ia recordar que ele existe e o que lhe tinha prometido. Foi isso que aconteceu. Era assim que ela funcionava.
Por isso, não ela não tinha importância para ele. Entre as vezes que ele esquecia o que tinha prometido, entre os encontros desmarcados, entre a distância que crescia entre eles, Almir foi perdendo Letícia.
She stood there, waiting for him to realise she was the one. And in the meanwhile, all her demons found a way to come out and play...there was a door left open, that she thought she'd closed.
The demons took over her and started playing with her mind, the wickedness within her could be held no more.
She know it, she felt it, she saw it right in front of her eyes. Darkness taking over her, from the inside out, from the bone to the flesh, from the soul to the body.
"Forgive me", she said to him."For what?, he asked.
"For this", she grabbed the knife and stabbed the soul out of his body. The demons told her so. So she acted on it.
As the life left his body, the demons left too. Leaving her, alone, next to the body of the man that made her insanity come through.
#latenightmadness #raldesicato #wicked #whenlovekills