segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Quando só estamos os dois,  e o mundo lá fora se extigue, quando só estamos os dois.
O nosso mundo,  a nossa ostra, quando só existes tu e só existo eu,  nesses momentos eu acredito...Acredito com a força de um tornado,  acredito que estamos destinados,  acredito que vai correr tudo bem,  e que,  sei lá,  no fundo,  tu me amas também. Quando estamos só os dois,  assim,  juntinhos,  longe do mundo,  das tempestades que me impulsionam a te deixar,  dos murmúrios de me impedem de acreditar,  quando estamos longe de tudo isso,  nesse estado ostracizo,  quando estamos assim,  tu és o Homem mais perfeito,  sem defeitos sem meias palavras,  tu és a continuidade do meu ser,  és razão de meu viver. Quando estamos assim eu sou feliz,  acredito que também és. Esse o ponto mais alto do amor.
Mas quando voltamos ao mundo real,  o rotineiro,  o furtivo,  quando voltamos tu és um estranho,  ou melhor,  eu o sou para ti. Porque já não tenho papel em tua vida,  não tenho lugar. Quando voltamos eu lembro que afinal nada  mudou,  foi apenas minha vontade de acreditar que sim,  mas não. Nada mudou. Eu sei que tu no fundo dás-me razão,  afinal,  no fundo deves ter noção.
Quando estamos no mundo real,  eu sofro calada tua ausência,  no mundo real tu não fazes sentir tua presença. E eu não  importo,  eu não  tenho qualquer relevo.
No mundo real eu não aconteço...

domingo, 27 de setembro de 2015

Eu sei que estás com ela....
Não lhe conheço o nome, mas sei....
Sei que tens outra, soube-o quando vi que apagavas as chamadas que fazias no meu telemóvel, soube quando atendias chamadas lobge de mim, soube quando eu deixei de ser o teu levantar e deitar, soube o por essas e tantas outras coisas de que me apercebi. FODA-SE, ESTA MERDA MATA, E ARDE QUE SAFARTA.
FODA-SE. Eu dei-te a minha vida, foda-se, és merdoso tu, não mereces nada.

Tu sempre vais me comandar, eu dei-te esse direito,  esse poder que tens sobre mim.
Se me disseres que eu posso voar,  eu acredito, acredito em tudo em ti. Amo-te. Amo-te muito,  cada dia te quero mais,  cada dia sou mais tua,  esperando e trabalhando para tudo que somos e ainda aspiramos ser.

Eu sei que tens outra.
Eu nunca pensei dizer isso,  mas tenho medo do que cogito em mim. Temo que eventualmente eu aceite esse facto só para continuar a te amar. Não consigo assim amar sabendo que outra existe,  prefiro criar em mim a certeza de que és só meu. Só assim poderei ser...sei lá,  apenas ser.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Miguel,

O amor não é só feito de palavras. Perdoa-me se digo isto mas é  verdade. O amor é feito de actos,  que reiteram o amor que existe em ti.
De cada vez que te pergunto se estás bem, se já comeste,  de cada vez que eu tento me aproximar cada vez mais,  ser mais e dar mais. Cada vez que eu suporto certas coisas,  calo certas palavras,  cada gesto meu, cada pensamento oculto,  é  o amor que sinto por ti.
Eu amo-te tanto, crê nisso,  que o meu amor por ti é  verdadeiro, não  me julgues pelo que vou te dizer a seguir.
Que eu já não  aguento mais, eu queria puder aguentar uma vida, eu queria. Mas a verdade é  que eu te espero tanto e só  hoje, só hoje te apercebeste de que estás a sufocar na tua própria existência  e que eu já  não tenho espaço  na tua vida? Po, é  das coisas mais tristes que já  me disseste. Eu esperava ficar feliz com o teu despertar,  mas só  me deixou mais triste. Perdoa-me por isso,  eu devia ter sido mais honesta comigo e contigo.
Mas é que eu ainda sonhava com a felicidade junto a ti, eu ainda sonhava que as coisas iam melhorar e que tu ias te aperceber que no meio de tudo isso eu sofro, e que se a tua intenção  nunca foi me fazer sofrer,  falhaste,  falhaste redondamente. E tens de parar,  ou melhor tinhas de parar,  porque o tempo é  ido. O tempo para parar é  ido.
A verdade é  que há  mágoas que o tempo não cura,  a verdade é  que a já algum tempo eu sou solteira,  nós  é  que insistimos nessa descrença de que ainda estamos juntos. Mas não. Os nossos corações  podem estar juntos,  mas nós  não. E isso muda todo o peso colocado na balança.

Desisto

Miguel,

Eu desisti de tentar te fazer entender,  porque tu nunca o quiseste. Tu nunca o pediste. As coisas para ti sempre estiveram bem e para ti sempre hão de continuar bem. E pior que tudo isso é  que eu permiti que as coisas chegassem a este ponto,  eu permiti que esta tristeza fosse assentando em mim e que eu me tornasse a pessoa que não te suporta,  que já  não  acredita nas palavras que saem da tua boca. O pior de tudo isso é  que eu voltei a estar numa posição que eu aspirei nunca mais assumir. Mas heis-me aqui.
Eu não posso negar que hoje sou de novo esta pessoa magoada e sofrida. Mas sabes o quê? Ele tem razão. Eu não posso deixar que me consumas,  não  posso permitir mais que tu sejas o dono do meu ser quando não o mereces. Tu não mereces que eu me preocupe,  tu não mereces que eu passe madrugadas sem dormir,  tu não mereces que eu sonhe e idealize uma vida a dois,  que te ponha num alpendre e te dê  papel primordial em minha vida,  como actor principal de uma peça cujo papel foi escrito para ti, nenhum outro o poderia desempenhar.
Tu não mereces isso porque se não estás disposto a fazê-lo por mim de que serve toda a minha dedicação? Este é  um saco vazio por onde se esvaiem minhas esperanças,  este é o buraco negro para o qual tenho sido puxada,  não mais,  não  mais.
Eu escolho hoje não ser mais tua,  escolho afastar-me de ti,  escolho ser a pessoa que eu amo ser,  escolho não mais deitar uma lágrima que seja por ti,  escolho não mais voltar a acreditar no que possas ter para dizer,  e escolho continuar a amar-te à  distância,  só assim vou deixar de ser infeliz,  só  assim vou deixar de ser consumida por planos que projetei e em ti não  se realizaram.
Porque eu  tenho de me permitir a isso,  eu não posso mais sufocar deste jeito,  não  posso mais, voltar a ser esta pessoa que não  vive sem ti,  que no silêncio da noite sufoca sem ti,  que não  consegue adormecer sem saber se estás  bem,  eu não  posso mais ser essa pessoa. Não me peças que te dê  minha vida. Só  te peço isso.

Eu amei-te até  onde podia amar,  perdoa-me se não te posso amar mais. É que sabes nesse processo de me dar,  não  me posso extinguir. E extinguindo-me que sobraria da pessoa que dizes amar? Nada. Eu seria um nada em tudo  isso. E isso não é  justo,  não achas que mereço mais,  não  mereço  eu mais que isto?
Não  me mereço  um amor em condições, que chega de mansinho que me conquista com vagar,  mas que me preenche por inteiro que não falha no simples,  no mais básico. Que se lembra de mim a meio da noite e liga num sufoco procurando por mim,  que só tem verdade no falar,  que age sem errar,  não mereço eu um amor assim?
Diz-me,  não mereço?

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Eu chorei ontem à  noite. Eu estou a enloquecer. Ontem estavas aqui,  eu juro; quando acordei já  não  estavas. E o teu telefone estava desligado,  será que te imaginei,  será?

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Imaginei-te

A minha vontade eras tu,  só  tu; todos  os dias,  entre intervalos de tempo,  entre cada inspirar e expirar eras tu,  a minha vontade era te ver deitado junto  a mim,  mas por vontade,  vontade tua de ficar. Eu não  quero um amor forçado. Não quero que te sintas preso ou amarrado. Se for para ficar fica porque queres.
Eu quero-te como és,  com vontades e desejos próprios,  com sorrisos e jogos  nossos,  quero-te na madrugada puxando  me para perto,  que quero,  quero e quero...
Às  vezes penso que te imaginei; há mulheres que imaginam gravidezes,  então  eu imaginei esta relação. Criei cenários  de uma vida a dois,  de coisas que desejaríamos  fazer depois,  imaginei isso,  será?  Não  sei,  eu já  não  sei nada.
A verdade é  que a lucidez de uma vida não  permite que uma relação  se forme assim,  estes contornos que temos não  são  meus,  porque se estamos juntos como é  que pode não  nos olharmos,  não  nos falarmos,  não  nos beijarmos,  tocarmos,  sussurarmos,  nada disso,  e na rua passamos como se não  nos conhecessemos?  Eu olhei para trás  à  espera que virasses. Não  viraste...não  viraste. Por isso,  eu imaginei tudo isso,  só  pode,  só  pode,  imaginei tudo isso. Caramba, vá  lá  um momento de lucidez,  eu admito,  imaginei-te,  criei-te e moldei-te. Tu não  tens culpa,  afinal,  não  sabias a dimensão  que tinhas em mim.