quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

A Quietude

Dias cinzentos, memórias turvas em quartos silenciosos. Ouço passos, e aguardo para te ver chegar. Vejo a tua sombra na contraluz. Volto mas não estás.
Mas ouço passos.

A Alma e a Quietude

Mãos pretas, mais sujas. Olho para as palmas e me entristeço. Sujei o corpo e a alma por ti, em parte por mim também.
Mas sobretudo por ti.
Sobretudo porque confiei em ti, isso é o que mais me custa. Saber que te mostrei o meu lado mais frágil, o meu lado mais sensível. E este foi o resultado.
Quero arrancar este sentimento de mim, sabes? Sentimento esse que me faz sentir como se me tivesses usado. Por me teres salvo, não quer dizer que te dei o poder de me destruir.
Olha-me nos olhos.
Vês lágrimas? Vês consternação? Vês o quê?
Não vês a mesma pessoa que estava disposta a te salvar; mais do que isso, disposta a dar a vida por ti. Eu mudei. Tu me mudaste.
Mostraste-me o caminhi para um coração gelado. Obrigada por isso.

A Alma

Duas da manhã, não consigo dormir.
Aterrei agora. A viagem? Foi boa, mas não consigo dormir. Habituei-me a viajar contigi, a ir e a partir contigo. Todos esses trajectos e essa inconstância sempre me pareceram tão suaves porque tu eras a minha Pátria. Estar contigo era como estar em casa.
Qualquer lugar nesta terra, campo de batalha que nos enterra, contigo era o Paraíso. Não consigo dormir.
Hoje falamos. Ainda falamos mas não como antes. Não sei se te posso contar o que se passa comigo; e quando tento agir como se fosses um velho amigo parece que me afastas ainda mais.
Falamos e ligaste e eu pude te ver e issi me fez sorrir porque sibto saudades, porqur me levou à noite que deixei o passado para trás, sem saber que serias o meu presente.
Talvez essa doença que me acomete seja fruto da ausência de ti. Os sentimentos também matam. Amores não vividos que sufocam toda uma existência. Volta.
Dá-me a oportunidade de te fazer feliz, ou pelo menos de não continuar eu infeliz.
Dá-me esse gosto de voltar a ser parte de ti. Peço-te. Volta. Volta. Volta para mim.
Tens medo? É medo? Deve ser. Entendo. Sei que não sou fácil. Sei que toda a pessoa que há em mim é mais do que o que um simples homem pode suportar.
Sei disso.
As palavras fluem para o papel. Comecei a escrever para ti mas acabei a falar para ele. Será que posso? Será que posso ter uma parte de ti e uma parte dele? Também sinto falta dele, acho que sabes isso.
Devo estar a enlouquecer.
Deve ser isso.
Bem, se for, melhor assim. Justifica essa minha instabilidade e essa minha ânsia de escrever palavras que nem tu vais ler, nem ele vai ouvir.
É melhor assim, é melhor também que eu me cale e que leve para o túmulo(se o houver)estes sentimentos que me matam, que me consomem e que me fazem não dormir. Duas da manhã, cheguei agora de viagem, não  consigo dormir. Talvez com o tempo as insônias passem e me acostume a viver sem ti.

A Alma e a Quietude

Mãos pretas, mais sujas. Olho para as palmas e me entristeço. Sujei o corpo e a alma por ti, em parte por mim também.
Mas sobretudo por ti.
Sobretudo porque confiei em ti, isso é o que mais me custa. Saber que te mostrei o meu lado mais frágil, o meu lado mais sensível. E este foi o resultado.
Quero arrancar este sentimento de mim, sabes? Sentimento esse que me faz sentir como se me tivesses usado. Por me teres salvo, não quer dizer que te dei o poder de me destruir.
Olha-me nos olhos.
Vês lágrimas? Vês consternação? Vês o quê?
Não vês a mesma pessoa que estava disposta a te salvar; mais do que isso, disposta a dar a vida por ti. Eu mudei. Tu me mudaste.
Mostraste-me o caminhi para um coração gelado. Obrigada por isso.

sábado, 2 de dezembro de 2017

A verdade é que o que mais me custa são as pessoas ds tua vida que eu conheci. Tenho saudades delas. Não sei em que caixinha as meter. Não são meus amigos. Mas também não são desconhecidos.
Falo-te de um lugar lúcido, como não consegui nos últimos 5 meses. Hoje tenho noção da pessoa que sou, sem estar perdida na pessoa que era contigo, ou pelo menos a pessoa que tanto pensei que quisesses que eu fosse.
Desse lugar lúcido de que te falo, consigo sorrir, como não o fazia há meses. Tenho sorrido e tenho respirado. O ar que me foi faltando contigo voltou. Ou talvez isto também seja uma ilusão, fruto de uma construção mental que fiz para puder sobreviver da ausência de ti.
Lucidez, acho que foi isso que sempre desejaste para mim, que eu fosse capaz de ser a pessoa que neste momento sou: a pessoa que sabe a dimensão que tem e que não se diminui por coisas pequenas que a vida contém. Acho que me esqueci disso. Como não?
Tudo aquilo que vivi matou-me um pouco a cada dia e, eu pensei que, no meio dessa minha morte poderias me salvar. Ninguém me ia salvar, eu tinha de me salvar a mim mesma.