As coisas não escritas não se materializam...pelo menos, o medo que temos de tal coisa, parece não se materializar.
Eu tinha tanto medo de dizer em voz alta o que tu fizeste, de admitir o que eu compactuei, e de ser verdadeira comigo a ponto de admitir que eu tenho culpa no meio disso tudo e que eu mereço mais, muito mais. E isto não é romantismo redondante, do tipo cliché que as pessoas repetem incessantemente pela vida fora.
Isto é a realidade: primeiro, perdoei algo que nunca deveria ter perdoado, erro meu, falha minha. Segundo, permiti que fosses parte essencial na minha vida quando eu nunca o fui na tua, não tentes negar, nunca fui. Se tivesse sido, essas dores não te acometeriam somente quando eu decido partir, se tivesse sido, tu saberias que ultimamente todos os meus escritos são sobre ti, e mais que isso que eu parei de escrever quando já não havia coisas boas a dizer sobre ti.... Terceiro, eu me apeguei de forma doentia, a uma esperança de que um dia serias o que eu sonhei que fosses: não és.
Quarto, tudo que eu te dei, tudo, mas, TUDO, nem pela metade conseguiste dar, nem que tentes infinitamente, conseguirás dar. A minha honestidade, transparência, a minha vontade de ser tua por inteiro, de construir um futuro contigo, a minha entrega, a minha renúncia, acima de tudo, a minha renúncia. O que faço eu com tudo isso?
O meu medo era admitir que eu investi e continuaria a investir num saco roto, achando que um dia esse saco transbordaria para mim. Mentira.
O medo foi admitir que falhei, que não és tu, que não mereces, que escolhi mal.
O meu medo foi ter que te tirar de mim, quando tomaste todas as partes da minha vida.
Ainda tenho medo, ainda sufoco. Mas hoje mais do que nunca preciso cuidar de mim. Por isso esses medos que me têm ostracizado devem ser postos de parte.
É uma força que nasce do àmago de meu ser, E me impele a te dizer, mais que palavras, mais que mistérios Impele a te mostrar. Textos por Ralde Sicato.
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
Medo
terça-feira, 24 de novembro de 2015
sábado, 21 de novembro de 2015
Se eu já amei outros antes de ti? Sim já amei.
Se eu já senti um amor avassalador que consome?
Sim já senti
Se tive esperança que tudo iria dar certo?
Sim, sim e sim.
Então o quê que mudou?
Não mudei eu, mudou o objecto do meu amor.
Eu já sei tudo isso e confesso que já fui correspondida em parte, mas nunca deste jeito, de um jeito sustentável, de um jeito sólido.
Contigo eu sinto a intensidade das coisas de uma outra forma, contigo eu tenho a certeza que vamos lutar, sim os dois, que vamos os dois lutar para dar certo. E eu sei que todas as coisas que prometeste tu vais cumprir, eu sei. E eu não vejo a hora de sermos felizes juntos, não que não o sejamos já, mas juntos, para sempre sem mais interrupções, sem mais adeus. Felizes desse jeito.
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Aceitação
Eu queria me vingar, queria te fazer sentir o que eu senti, queria que passasses pelo que eu passei, que sentisses a mesma dor.
Eu queria te mostrar que eu também sei mentir, que todos os truques que tu sabes fazer, eu sei-los de cor e salteado; eu queria te mostrar que eu também sei quebrar promessas, sem olhar para trás, sem vacilar nos meus passos.
E então eu iria ser livre e fazer tudo aquilo que te prometi que não faria; eu iria voltar aos meus vícios e determinar a minha vida como se tu não existisses, porque parece que eu em ti não existo. E no fim de tudo isso, o que iria sobrar?
Nada, nem metade do meu ser seria, porque o ódio nunca traz boas coisas, os sentimentos maus destroem, porque iria restar de nós um quarto daquilo que eu criei, iria restar um quarto daquilo que eu cuidei, isso seria mais feio do que aquilo que já é.
A verdade é que eu aceito ser aquela que mais se entregou, que mais amou, que mais fez para dar certo, que limitou a sua existência, eu aceito ser a mais sofrida, a mais humilhada, aceito ser pedaços do que um dia fui...aceito tudo isso, sabendo que sempre houve em mim amor a mais, sentimento a mais, verdade a mais e transparência de mais.
Eu aceito isso.
sábado, 14 de novembro de 2015
Não te quero comparar, mas não resisto. Neste momento se fosse ele, teria implorado, teria me forçado, teria feito de tudo para eu continuar, mas tu não. Tu não fizeste isso. Obrigada.
Obrigada por não me forçares, obrigada por entenderes que nem sempre eu tenho vontade, obrigada por respeitares o meu espaço. Obrigada.
domingo, 1 de novembro de 2015
sábado, 31 de outubro de 2015
Até antes de te dizer que era o fim eu pensei em ti. Pensei no quanto ias sofrer, e em meu âmago ponderei a melhor forma de não te magoar, até nisso eu te amei.
Porque amar é querer o bem, ser o bem, dar o bem, amar é dar tudo de nós até mesmo quando a outra pessoa não merece.
No meio de tudo isso, não te quero apontar o dedo, só te quero longe. Quero esquecer que fomos algo, quero te arrancar de mim.
No meio disso tudo eu só quero sair mais de metade do que entrei, quero guardar o amor e ser amor. Para mim e para quem precisar, no meio disso, quero ter paz, acima de tudo quietude, brotando da certeza de que eu fui tudo que podia ser, que dei tudo que podia dar, que amei tudo que podia amar, porque só disso pode nascer a paz.
domingo, 25 de outubro de 2015
Migalhas
Quando estamos chateados nós amamos mais, mais sinceramente. Quando estamos chateados nós abrimos mais os nossos corações e expomos nossos medos, quando estamos chateados, quando parece que nos vamos perder no meio do ruído, quando o peito aperta e ficamos sem ar, aí damos mais valor, somos mais e melhores. Prometemos mundos e fundos, que sabemos que não cumpriremos no fundo.
Talvez seja esse o ponto mais alto do amor, talvez seja esse o momento que confirmamos que ele existe...eu sei que é.
Quando estamos assim eu deixo de duvidar de tudo que me dizes ser verdade, que em mim sinto falso...quando estamos assim eu quero acreditar, quero tanto, com tanta força, com tanto de mim que eu não me pertenço...eu não sou eu...sou tua, sou metade de mim porque não existo sem a tua presença, quando não somos nós, eu sufoco... eu admito, eu sufoco.
Em mim eu quero crer que tudo vai valer a pena, porque estou certa de que em mim há amor, talvez isso baste...talvez se houver amor em mim, quem sabe um dia, o mesmo amor se expanda e brote em ti, quem sabe...?
São migalhas, agora em mim, sou colectora de migalhas, esperanças vãs de um todo...é nisso que me tornei.
sábado, 24 de outubro de 2015
Eu quis tanto que as coisas dessem certo. Quis tanto ser feliz contigo.
Eu quis que nós dois fossemos uma história de sucesso, quis explorar novos mundos a dois.
Eu quis coisas num passado findo, um passado que não se retoma. Um pretérito por nós terminado, que jamais voltará a ser reiterado.
Eu quis tanto te dar amor, um amor que eu tenho tento dar a alguém...alguém que o mereça, alguém que mo dê também. Eu quis tanto ser parte de ti...tudo isso é findo.
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
Boa Nova...
Eu queria partilhar a boa nova contigo, queria contar-te que hoje o dia findou bem, queria que te alegrasses comigo. Queria partilhar tanta coisa....
Noo meio disso tudo, cada vez mais tenho a certeza de que eu não sou nem um milésimo do teu mundo, cada vez mais eu sei e sinto que eu sou rede de segurança que te apara as quedas, cada vez mais, cresce em mim um descontentamento....eu queria tanto acreditar, queria tanto poder ser parte de ti, eu quis tanto....
Há coisas que fogem à nossa vontade... Há coisas que por mais que nos esforcemos, por mais que demos apenas as boas partes de nós, as pessoas fazem por ver a pior...é isso que queres de mim?
Que te mostre quão mesquinha, quão rude, quão insensível consigo ser? É isso?
Só pode ser...
Eu tenho medo, não é nisso que me quero tornar... eu não quero ser essa pessoa, nunca mais...nunca mais. Não quero, não posso, não vou...
Por esta altura já deverias saber quem sou, pior, deverias saber quem és. Por esta altura, toda a tua existência devia curvar-se sobre a minha, tal como faço contigo. Por esta altura...foda-se, tu devias saber, que é errado, que isso não se faz. Devias saber que quando falas com outras mulheres num tom que deveria ser só meu, é errado, devias saber que quando dás o teu contacto a alguém que por ti está enamorado, é errado, devias saber que a traição começa nas omissões, começa nos e-mails e mensagens apagadas, nas chamadas não atendidas junto de mim, devias saber, foda-se devias....
E no meio disso tudo, eu tinha tanto medo de te perder, tinha tanto medo que te fosses embora que acabei por me perder a mim.
Perdi-me quando aceitei voltar, mesmo depois de estar magoada, perdi-me quando pensei em ti, quando naqueles momentos, tu não pensaste em nós, perdi-me porque eu não me consigo forçar a amar-te sem te odiar, que porra de amor é esse? Perdi-me porque já não consigo me ao espelho, perdi-me não sei mais quem sou...senão uma parte daquilo que em ti me permites ser...perdi-me, caramba, perdi-me ao tentar te entender, perdi-me ao tentar, ser mais para ti, dar mais, mostrar mais, amar-te mais....
Eu sempre fui demais e tu de menos...
Sempre fui a impulsiva, descontrolada, descomedida, desenfreada, sempre fui muito para ti...nunca coube nos teus parâmetros....não sou eu a mulher que amas....não posso ser....
Ele me faz sentir confusa, eu não sei se sou a única. E há momentos que acredito que vai dar tudo certo.
Ele me faz ser o mais tonta possível, e acreditar que eu posso tudo, que juntos vamos conquistar o mundo. Faz me crer que ainda há homens com conteúdo, depois me desilude por completo.
Ele tem esse efeito em mim, nunca sei em que pé estou.
terça-feira, 6 de outubro de 2015
Eu queria estar ao pé de ti agora, queria, sei lá, de um jeito muito meu, ficar no silêncio, saber apenas que se eu precisar tu estás aqui para me emprestar teu ombro, saber que as lágrimas que correrem vão servir de purificação de minh'alma, e tu, sim, tu, me vais mostrar que ainda tenho força em mim, que ainda posso tudo neste mundo e que nada nem ninguém me pode tirar de mim, a menos que eu permita.
Eu queria estar ao pé de ti, e eu não sei o teu nome, mas quero-te. Partilha comigo um cigarro, entre o fumo nos vamos confessando, partilha comigo este momento, só te peço isso.
Eu queria dizer que aceito que as coisas não dão certo, mas foda-se, custa toda a vez que me perco. Custa não tanto como antigamente, mas custa. Já custou mais, acho que no fundo eu fui perdendo essa minha crença de que, quem sabe, um dia, as coisas vão dar certo. Eu tenho perdido esse meu lado.
Hoje sou mais incrédula do que um dia pensei ser.
Eu queria que soubesses que eu tenho tido em mim um sufoco, e hoje eu me rendo, hoje eu aceito que sou metade do que fui, que em mim não conheço mais forças para suprir esse meu abismo, hoje eu assumo que não sou tão forte assim, admito isso.
Hoje hasteio a minha bandeira e te peço, vem e perdoa-me, porque eu não consigo me perdoar, vem e diz-me uma vez mais que mereço coisas melhores, vem e toma-me nos teus braços, entre intervalos de tempo, segura o meu mundo, e volta a unir todas as peças de meu ser.
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
Quando só estamos os dois, e o mundo lá fora se extigue, quando só estamos os dois.
O nosso mundo, a nossa ostra, quando só existes tu e só existo eu, nesses momentos eu acredito...Acredito com a força de um tornado, acredito que estamos destinados, acredito que vai correr tudo bem, e que, sei lá, no fundo, tu me amas também. Quando estamos só os dois, assim, juntinhos, longe do mundo, das tempestades que me impulsionam a te deixar, dos murmúrios de me impedem de acreditar, quando estamos longe de tudo isso, nesse estado ostracizo, quando estamos assim, tu és o Homem mais perfeito, sem defeitos sem meias palavras, tu és a continuidade do meu ser, és razão de meu viver. Quando estamos assim eu sou feliz, acredito que também és. Esse o ponto mais alto do amor.
Mas quando voltamos ao mundo real, o rotineiro, o furtivo, quando voltamos tu és um estranho, ou melhor, eu o sou para ti. Porque já não tenho papel em tua vida, não tenho lugar. Quando voltamos eu lembro que afinal nada mudou, foi apenas minha vontade de acreditar que sim, mas não. Nada mudou. Eu sei que tu no fundo dás-me razão, afinal, no fundo deves ter noção.
Quando estamos no mundo real, eu sofro calada tua ausência, no mundo real tu não fazes sentir tua presença. E eu não importo, eu não tenho qualquer relevo.
No mundo real eu não aconteço...
domingo, 27 de setembro de 2015
Eu sei que estás com ela....
Não lhe conheço o nome, mas sei....
Sei que tens outra, soube-o quando vi que apagavas as chamadas que fazias no meu telemóvel, soube quando atendias chamadas lobge de mim, soube quando eu deixei de ser o teu levantar e deitar, soube o por essas e tantas outras coisas de que me apercebi. FODA-SE, ESTA MERDA MATA, E ARDE QUE SAFARTA.
FODA-SE. Eu dei-te a minha vida, foda-se, és merdoso tu, não mereces nada.
Eu sei que tens outra.
Eu nunca pensei dizer isso, mas tenho medo do que cogito em mim. Temo que eventualmente eu aceite esse facto só para continuar a te amar. Não consigo assim amar sabendo que outra existe, prefiro criar em mim a certeza de que és só meu. Só assim poderei ser...sei lá, apenas ser.
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Miguel,
O amor não é só feito de palavras. Perdoa-me se digo isto mas é verdade. O amor é feito de actos, que reiteram o amor que existe em ti.
De cada vez que te pergunto se estás bem, se já comeste, de cada vez que eu tento me aproximar cada vez mais, ser mais e dar mais. Cada vez que eu suporto certas coisas, calo certas palavras, cada gesto meu, cada pensamento oculto, é o amor que sinto por ti.
Eu amo-te tanto, crê nisso, que o meu amor por ti é verdadeiro, não me julgues pelo que vou te dizer a seguir.
Que eu já não aguento mais, eu queria puder aguentar uma vida, eu queria. Mas a verdade é que eu te espero tanto e só hoje, só hoje te apercebeste de que estás a sufocar na tua própria existência e que eu já não tenho espaço na tua vida? Po, é das coisas mais tristes que já me disseste. Eu esperava ficar feliz com o teu despertar, mas só me deixou mais triste. Perdoa-me por isso, eu devia ter sido mais honesta comigo e contigo.
Mas é que eu ainda sonhava com a felicidade junto a ti, eu ainda sonhava que as coisas iam melhorar e que tu ias te aperceber que no meio de tudo isso eu sofro, e que se a tua intenção nunca foi me fazer sofrer, falhaste, falhaste redondamente. E tens de parar, ou melhor tinhas de parar, porque o tempo é ido. O tempo para parar é ido.
A verdade é que há mágoas que o tempo não cura, a verdade é que a já algum tempo eu sou solteira, nós é que insistimos nessa descrença de que ainda estamos juntos. Mas não. Os nossos corações podem estar juntos, mas nós não. E isso muda todo o peso colocado na balança.
Desisto
Miguel,
Eu desisti de tentar te fazer entender, porque tu nunca o quiseste. Tu nunca o pediste. As coisas para ti sempre estiveram bem e para ti sempre hão de continuar bem. E pior que tudo isso é que eu permiti que as coisas chegassem a este ponto, eu permiti que esta tristeza fosse assentando em mim e que eu me tornasse a pessoa que não te suporta, que já não acredita nas palavras que saem da tua boca. O pior de tudo isso é que eu voltei a estar numa posição que eu aspirei nunca mais assumir. Mas heis-me aqui.
Eu não posso negar que hoje sou de novo esta pessoa magoada e sofrida. Mas sabes o quê? Ele tem razão. Eu não posso deixar que me consumas, não posso permitir mais que tu sejas o dono do meu ser quando não o mereces. Tu não mereces que eu me preocupe, tu não mereces que eu passe madrugadas sem dormir, tu não mereces que eu sonhe e idealize uma vida a dois, que te ponha num alpendre e te dê papel primordial em minha vida, como actor principal de uma peça cujo papel foi escrito para ti, nenhum outro o poderia desempenhar.
Tu não mereces isso porque se não estás disposto a fazê-lo por mim de que serve toda a minha dedicação? Este é um saco vazio por onde se esvaiem minhas esperanças, este é o buraco negro para o qual tenho sido puxada, não mais, não mais.
Eu escolho hoje não ser mais tua, escolho afastar-me de ti, escolho ser a pessoa que eu amo ser, escolho não mais deitar uma lágrima que seja por ti, escolho não mais voltar a acreditar no que possas ter para dizer, e escolho continuar a amar-te à distância, só assim vou deixar de ser infeliz, só assim vou deixar de ser consumida por planos que projetei e em ti não se realizaram.
Porque eu tenho de me permitir a isso, eu não posso mais sufocar deste jeito, não posso mais, voltar a ser esta pessoa que não vive sem ti, que no silêncio da noite sufoca sem ti, que não consegue adormecer sem saber se estás bem, eu não posso mais ser essa pessoa. Não me peças que te dê minha vida. Só te peço isso.
Eu amei-te até onde podia amar, perdoa-me se não te posso amar mais. É que sabes nesse processo de me dar, não me posso extinguir. E extinguindo-me que sobraria da pessoa que dizes amar? Nada. Eu seria um nada em tudo isso. E isso não é justo, não achas que mereço mais, não mereço eu mais que isto?
Não me mereço um amor em condições, que chega de mansinho que me conquista com vagar, mas que me preenche por inteiro que não falha no simples, no mais básico. Que se lembra de mim a meio da noite e liga num sufoco procurando por mim, que só tem verdade no falar, que age sem errar, não mereço eu um amor assim?
Diz-me, não mereço?
quinta-feira, 10 de setembro de 2015
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Imaginei-te
A minha vontade eras tu, só tu; todos os dias, entre intervalos de tempo, entre cada inspirar e expirar eras tu, a minha vontade era te ver deitado junto a mim, mas por vontade, vontade tua de ficar. Eu não quero um amor forçado. Não quero que te sintas preso ou amarrado. Se for para ficar fica porque queres.
Eu quero-te como és, com vontades e desejos próprios, com sorrisos e jogos nossos, quero-te na madrugada puxando me para perto, que quero, quero e quero...
Às vezes penso que te imaginei; há mulheres que imaginam gravidezes, então eu imaginei esta relação. Criei cenários de uma vida a dois, de coisas que desejaríamos fazer depois, imaginei isso, será? Não sei, eu já não sei nada.
A verdade é que a lucidez de uma vida não permite que uma relação se forme assim, estes contornos que temos não são meus, porque se estamos juntos como é que pode não nos olharmos, não nos falarmos, não nos beijarmos, tocarmos, sussurarmos, nada disso, e na rua passamos como se não nos conhecessemos? Eu olhei para trás à espera que virasses. Não viraste...não viraste. Por isso, eu imaginei tudo isso, só pode, só pode, imaginei tudo isso. Caramba, vá lá um momento de lucidez, eu admito, imaginei-te, criei-te e moldei-te. Tu não tens culpa, afinal, não sabias a dimensão que tinhas em mim.
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
Pedro,
Obrigada por nunca desistires de mim, obrigada por isso. Por dia após dia, negareste a aceitar a minha fraqueza e porque me viste sempre como a mulher mais forte, a mais bela, a mais segura. Porque eu sei que fui difícil e quis seguir em frente tantas vezes sem te levar comigo, tu ensinaste-me que as coisas mais belas dão trabalho. Que para as rosas florirem têm de romper o véu arenoso e buscar mantimentos para brotar vigorosamente, tu mostraste que o amor vale sempre a pena.
Que ele é a força maior, o cântico que ressoa pelas gerações e que só nós poderíamos entoá-lo harmoniosamente. Obrigada por isso.
Porque nem tudo foram coisas más, até se crer que nós dois não iamos dar certo, até isso teve um propósito. Eu ainda te amo por isso; não da mesma forma que antes, mas de um jeito tal qual uma irmã que mesmo sabendo todas as tuas falhas, ainda assim te protege. Eu amo-te desse jeito.
Eu sei que em ti ainda há amor...
E a minha súplica é um dia possas saber voltar a dá-lo como mo deste a mim. Só isso.
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Sinto tanto a tua falta que às vezes sinto que te imaginei, sei lá, de alguma forma dentro de mim, te inventei.
Criei-te do nada, fiz do pó um homem, e como não tinhas consistência, ao pó voltaste.
Eu sinto isso, sinto que é a única justificação para tudo isto.
Quem sabe eu imaginei tudo entre nós dois, nada foi real é tudo obra da minha mente, por isso é que tu ages como se não me conhecesses, porque de facto não conheces. Porque nunca houve nada entre nós, foi tudo obra minha.
Nós na cama, pele contra pele, carne na carne, as tuas palavras suspiradas noite dentro, os sonhos que ouvi-te orquestrar, nada disso foi real, nada, só pode. Eu te inventei.
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
Desiquilibrada
E eu tenho a tua foto como protecção de ecrã, sabes? Nem eu sei porquê.
Talvez seja lembrança dos momentos bons que vivemos, de quando de manhã bem cedo tu pensavas em mim e me ponhas a par de tudo que fazias ou ias fazer, tanto que tiravas fotos a tudo. Isso me fez te amar. Sabes? Eu te amei porque me amaste, porque eu sentia em mim algo que não sei explicar, mas nunca pensei chegar a tanto, tu fizeste isto chegar a tanto.
Fizeste isso porquê? Para depois me deixares assim? Desfeita, pedaços da mulher que um dia fui, a violência também passa pela omissão. Não amar, não se importar, também passa por isso.
Tu me violas cada vez que eu ligo e não atendes, tu me violas cada vez que eu tento te explicar o que me custa e tu me fazes sentir como uma desiquilibrada, tu me violas quando pões limites ao meu amor, quando só nos podemos amar dentro dos teus limites, violas-me incessantemente. Basta não? Eu quero outras coisas...
Coisas que quis viver contigo, quero essas coisas. Chegar de mansinho e dar tudo de mim, quero ser feliz, isso sim, e ter alguém a quem eu possa fazer feliz. Porque parece que eu não basto, eu sou insuficiente, eu tou sempre errada, sempre em demasia. Nada em mim é correcto. Às vezes me pregunto se o que viste em mim, o que te fez me amares realmente existiu... às vezes pergunto-me será que foi a mim que viste, o sol batendo no rosto, cabelos ao vento, pele achocolatada? Fui eu? Acho que não.
Foi a ideia de mim, a ideia de que um dia eu seria essa mulher. Eu não sou essa pessoa.
Eu sou a atrapalhada que corre de um lado para o outro, assertiva, espontânea, com a cara trancada, achada demais, amante demais, cheia de vícios, cheia de vivências imensas, eu sou essa desiquilibrada que chora por não responderes a uma sms, por não quereres me abraçar na rua, nem quereres beijar. Mas sabes uma coisa? Essa desiquilibrada amou-te, por duas luas cheias, amou-te, por outras duas ainda mais.
Alegra-te por isso.
Tu vais ficar bem...
Tu vais ficar bem. Tu vais ficar bem.
Já estiveste aqui outras tantas vezes e sempre ficaste bem. Porque a vida é um jogo viciado e voltas sempre à mesma casa, sabendo que um dia dela irás partir.
Por isso, crê uma vez mais, vais ficar bem, porque sempre ficas bem.
O cheiro dele vai sumir da tua lembrança e aos poucos a saudade vai deixar de apertar, quando ele estiver no mesmo espaço que tu, já não vai custar, não vais precisar de prender a respiração e tentar não sufocar. Vais estar à vontade, porque tu tentaste, tu deste tudo de ti.
A culpa não foi tua. E quem sabe também não foi dele.
Nesse dia quando as coisas voltarem a ser leves, tu vais voltar a ser segura, sem precisar de ligar a pedir opinião. Sabes, nem sempre estamos prontos para amar, e ele não estava pronto para amar. Simples assim.
Não te estribes nas imensas razões que vais tentar encontrar para a forma dele de agir. A verdade é que quem ama fica, quem ama liga, manda mensagem, anda de mãos dadas, mostrando ao mundo que és tu que ele ama, e lembra constantemente que te ama, não só em palavras mas em tudo que faz, porque o amor é isso mesmo. As pequenas coisas que fazem toda a diferença, toda a diferença. E ainda que tu tentasses fazê-lo ver isso, era impossível, porque não se ensina o amor, o amor nasce connosco. Brota do nosso âmago desde o primeiro fôlego, não é assim que brota em ti?
Todos os dias, nas palavras que calas, no olhar que desvias, nos gestos pequenos, o abraço maternal, a palavra amiga, nos momentos em que ouves o lamento dos tempos, esse amor que jorra de dentro de ti, incessantemente, esse amor que ele não conhece e nunca conhecerá.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
Metade
Metade do amor é o quê? Para mim é nada. Como posso eu ser metade de preocupação, metade de entrega, metade de um mundo.
Quando cozinhar para ti dou metade, metade fica cá dentro outra metade te entrego. Queres a metade boa ou a má? Diz-me, tens de me ensinar a ser pela metade. Eu sempre fui por inteiro.
Será que quando eu sentir a tua falta metade das vezes digo a outra metade escondo? Quando quiser te beijar, metade beijo outra metade mordo meus lábios, encarcerando o carinho. Não sei. Será que nisso tudo tenho de aprender a amar pela metade e a ser pela metade? Isso não é concebível, simplesmente, não é.
Eu sempre fui por inteiro, intensa demais, me dei demais, sofri demais, amei demais, mas sabe o quê? De nada disso me arrependo. Tudo que fiz, me ensinou, moldou e ajudou. Se hoje sou a mulher que amas é porque sempre fui em demasia e nunca tive de pedir perdão por sê-lo. Se puderes, se quiseres, aceita-me assim.
Não vou mais me desculpar por quem sou.
domingo, 26 de julho de 2015
Cobranças...
Eu parei de me justificar, sabes? De tentar encontrar uma explicação para as coisas que faço. Só eu sei porque as faço.
Se não liguei é porque não quis, se não te disse nada é porque não tive vontade, é que sabes, também cansa ter que gravitar em torno de outras pessoas. Gravita também em mim, procura-me também, não são as relações feitas de duas pessoas que lutam para dar certo, assim é o amor, assim também é a amizade. Luta também tu por mim, e não me cobres mais prestações que não te devo.
sábado, 18 de julho de 2015
When we fight, I have to reorganize my whole life; that's the problem with relationship, at least those in which you put all of your effort, you end up gravitating in someone else's orbit, and man, this is tiring, and damn frustrating. Let me be, please leave, I don't wanna go tro this anymore. So bye, I rate be alone.
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Amor...
Já quase não tenho o teu cheiro, já quase sumiste; acho que, no fundo, o amor é isso: uma camisa que se tem que ir perfurmando, permanente e incessantemente, senão um dia acordamos e o cheiro sumiu, assim como o amor. É um equilíbrio entre o teu e o meu; entre os remendos que o uso vai requerendo que se faça; é uma perpétua reiteração dos motivos que nos fez ama, não hoje, uma camisa cansada, mas quando te vi do outro lado da vitrine, e me apaixonei, quando te levei para cada e assentaste em mim, uma e outra e outra vez; quando em teu corpo verti mil rios, quando em meu corpo viste-me ser feliz. Por todas essas vezes que estiveste e ainda hás de estar comigo, eu tenho de te perfumar, e tu também, meu bem. Dás tu um tanto, semelhante ao meu quanto, e só assim, será para sempre amor.
Amar...
Meu amor, o teu cheiro na minha pele...
Queria que estivesses aqui, para veres que eu arrumei essa bagunça que eu sou, para veres que desbravei a montanha de têxtil e os pirinéus de papel. Queria que soubesses que pelos meus actos te mostro amor.
Amar é abdicar um pouco de mim, para sermos nós, amar é saber que em mim há partes que devem ficar para trás e esmorecer no tempo. Amar é ser a câmara clara de onde se dissipam os negativos e toda a minha forma de viver é revelada. O amor é a tinta reveladora.
Se arrumei, é por ti; se cozinho, é por ti; se esses dias tenho sorrido mais, ai meu amor, tu és o motor do estímulo de meus músculos, só tu.
Neste quarto limpo, entre lençóis novos, minha pele virgem, tua camisa usada, entre o cheiro teu e o cheiro meu, faltas tu.
terça-feira, 7 de julho de 2015
Brincadeiras...
Há brincadeiras que não são brincadeiras, que ferem mais que a verdade.
De cada vez que me fazes acreditar e depois matas a minha esperança, matas também o amor que em mim há.
Cuidado! Tem muito cuidado! É assim que se mata um sentimento que tinha tudo para ser. Tem cuidado!
Eu conheço muitos carnavais, e o amor também se pode matar, já vi acontecer, não mo mates tu também.
Queres brincar, podes brincar. Mas não com os meus sentimentos, nem com a minha seriedade; sim, a minha seriedade. É que sabes, eu sou feita de despachos e leis, de um país burocrático, não brinques com meus protocolos. Não me custa te deportar.
Outros foram antes de ti; meu bem, tu podes ser tudo, antes de ti, eu já era, e hei de continuar a ser.
Não me forces a isso.
Se te dou tudo, aceita e respeita o que te dou; eu não tenho nem paciência, nem tempo para brincar. Queres brincar, avisa-me já! Para te dar o ultimato e cada um seguir seu caminho.
Não me tomes por Senhora de Nariz Empinado. Nada disso! Eu também sei brincar. Mas não assim, não com isso. Sempre fui sincera ao extremo, sempre que foi para brincar reiteirei-o até à última instância: "Estamos a txilar", "Não te apaixones", "Nunca vamos ficar juntos".
Mas quando é a sério, é a sério, não me tomes por joguete em tuas mãos. Não o sou, nem nunca o serei.
Tenho o dito!
terça-feira, 30 de junho de 2015
Ecos
Os gritos que ecoam na noite, ainda se fazem ouvir. São monstros mitológicos actuais que se fazem sentir.
O frio entra pelos vincos do lençol, traz consigo a tormenta. "Tenho medo", sempre tive medo, e hoje mais do que nunca.
"Então cala o medo; cala a tormenta, finge que está tudo bem, vai tudo bem, tudo ficará bem. Finge até acreditares que sim, finge até ser verdade".
Talvez só assim poderás ser feliz. Ou pelo menos fingir que o és.
Não sei se o consigo, fingir também requer esforço, não sei se consigo.
"Não pode o medo me consumir? Não posso eu sucumbir?"
Há também beleza em sofrer, talvez seja melhor sofrer. Porque fingir não sofrer é tormento. Deixa-me ser verdadeira, deixa. A verdade é que eu sofro, há muito tempo que tenho sofrido, não sei como sair deste ciclo vicioso, não sei.
Tenho escrito e feito tantas catarses, não são bastantes. Que baste ficar em estanque existência, garrafa na mesa, night à direita. Isto é o bastante. Permite-me que o seja.
Se me preguntares como e quando sou feliz, hei-lo: sou feliz assim, sem ecos, sem sombras, sem vozes. Sou feliz em estanque existência, se me destruo enquanto isso, não sei. Mas é o apogeu da minha existência, Deus meu, a que ponto cheguei?
És tu...
Queria falar contigo e ouvir a tua voz, queria tocar-te, congelar o teu rosto naquele sorriso que eu amo, queria sentir que o espaço que sobrava em mim, tomaste-o tu. Conquista-me de mansinho, firma-te em mim e deixa-me firmar também. Sê meu por inteiro. Eu não sei mentir, não sobre isso....
A verdade é que és tu, na alvorada serena, janela a dentro perena, trazendo a alegria de uma vida;
És tu quando eu tento adormecer, firmado em meus vislumbres de ser.
Revela a minha existência, sê câmara escura, sê isso para mim.
Desculpa se te encho de tarefas, não me leves a mal.
Mas sabes esperei por ti uma vida, anseei, sofri, sabes? As dores que sofri também foram tuas, porque tu és parte de mim. Mesmo sem antes o saberes, sempre foste parte de mim.
E assim que eu vejo a nossa existência.
Eu não quero chamar isto de relação, as relações findam, as pessoas cansam-se cortam laços e fingem nunca se ter amado. Eu não quero isso para nós. Entendes isso?
Eu não quero findar em ti, no bom sentido. Eu quero me expandi, expande-te também em mim. Ai meu amor. Sentiste?
Nossos corações falharam um batimento em sintonia, vês quão belo é este ser, este organismo que nos une. Não peço mais nada, não preciso de mais nada.
Fica só, dia após dia, reitera em mim o teu amor, deixa-me fazê-lo em ti. Permitamo-nos a isso.
Tá vendo? O mal de amar é esse: você enche a sua casa de tudo dele, até o pó é feito dele, cada canto com marcas dele e quando se acaba, todo seu mundo desaba, todo o universo finda. Difícil né? Vai custar imenso para passar, mas vai passar.
Dá uma faxina nessa casa, aproveita e limpa também sua vida. Você já existia antes, vai continuar a existir, ele pode tudo, mas só pode se você deixar. Por isso não deixa, provoca uma insureição, não se dobre por nada, muito menos por alguém.
Faz da revolta sua bandeira e derruba esse regime, quem disse que só dele você viverá? Só dele dependerá? Quem disse? Há muito mais coisas em ti, ainda há coisas a descobrir.
terça-feira, 23 de junho de 2015
Não me olhes assim
Esses olhos que me julgam
Esses olhos que me lêem
Esses olhos que vêem
Queres falar?
Fala!
Queres ir embora?
Vai!
Mas não me olhes assim.
Não desse jeito,
Que me mata,
Que corrói,
Quando me olhas
Tod'alma dói.
Não me olhes assim,
Por favor, não me olhes assim.
domingo, 17 de maio de 2015
Há Grandeza em ti
Tu não te deste demais, mem te deste de menos.
Deste na medida certa, tu és completa.
Repara como o Sol e o Cosmo se alinham para te ver desabrochar... É a sinfonia rítmica de exactidão de ser.
Repara como no chão se firmam tuas raízes, estendendo os braços para o infinito e alcançando o imenso.
Porque tu és isso, tu és o imenso.
Não te estribes em entendimentos alheios, é esta a tua dimensão, é este o teu ser.
Não pode a formiga dizer ao Elefante, faz-te pequeno porque pequeno és.
O Elefante sabe-o dentro de si, que não o é, nem nunca o será.
Ele sabe, tu também o sabes. Ainda que em teu âmago estejas despedaçada, receosa de cada passo, na incerteza da tua capacidade, do porquê da tua existência...Há grandeza em ti, não permitas que te digam o contrário, HÁ GRANDEZA EM TI!❤
sábado, 9 de maio de 2015
A todos os vacilãos...
Aí você ama, e ama, e ama, e ama. A pessoa te magoa e você continua amando, a pessoa te desrespeita e você continua amando. A pessoa te humilha e você continua amando, até ao dia em que ela machuca tanto que sem querer toma aquele fiozinho, tá vendo aquele fio, que quando você puxa a saia se desfaz? Esse mesmo.
Ela te machuca tanto que toma o fiozinho, mas você continua amando, os erros repetem-se, puxando o fio com o tempo, também enfraquece o amor.
Mas ainda assim você perdoa:"quem sabe, um dia ele melhora?". Mas não melhora.
Porque ele sabe que você nunca vai partir e vive com a certeza que você está amarrada a uma peça de roupa da qual nunca se livrará. Mas ele não sabe, que aos poucos você se questiona, que aos poucos você volta a ser racional, até ao dia em que não restar mais vestido e você, andando nua por aí, for novamente livre.
Sem depender mais dele, sem viver condicionada por uma ideia de amor, que no fundo só ela teve, só ela esteve disposta a dar.
Nesse dia, respire fundo, aprecie cada átomo do Universo e saiba que você é livre!
domingo, 3 de maio de 2015
....
E mesmo despedaçada em seu âmago, todos os dias, ela se levanta, veste o seu semblante de guerreira, e deixa a dor no travesseiro.
E ele? Ele está sempre com ela, só que ela não passa mais os dias pensando no quanto ele faz falta, nem é bom.
Primeiro, negou tudo:"não aconteceu, não é real, vou resolver tudo isto, não me vou deixar vencer";
Depois: "porquê eu? Que mal te fiz? Mereço eu isto?";
Agora:"vou cuidar de mim, vou ser melhor, vou-me aperfeiçoar a tal ponto que ele vai ver o meu rosto em todo o lado, e eu vou chegar lá no topo do cume, onde sempre sonhei chegar, onde quis chegar com ele. Vou mostrar que posso, sem ele, muito mais do que alguma vez pude. E quando ele me vir, não vou mais essa rapariga incompleta, não. Vou ser uma mulher mais segura, mais determinada, os meus olhos vão brilhar mais, e o meu coração vai bater ao som do meu próprio ritmo; coração nenhum, ser nenhum vai-me fazer falhar um batimento, nunca mais.
Vou caminhar de cabeça erguida e não me vou dar a ninguém, pelo menos a quem não mereça, é isso que vou fazer. Vou sair por esse mundo e vou ser completa para mim, e vou mudar o mundo e vou ser melhor. E ele vai sentir a minha falt e eu nem vou lembrar mais o nome dele, e esse espaço que ele dei ou vai deixar de existir".
Todas as manhãs ela repetia isso para ela, na esperança de um dia acreditar, na esperança de um dia o sufoco desaparecer e as coisas voltarem a ser leves;
Mas não voltaram, porque nunca voltam. A verdade é que o rosto dele perseguia-a, dia e noite, era pensamento incessante, saber se ele estaria bem, se estaria feliz, se teria conseguido os tão sonhados e almejados sonhos que pela madrugada o persegiam; ela não conseguia adormecer com facilidade. Sentia falta da sua voz, madrugada dentro, sentia falta de dar escapadelas, sentia falta daquele aperto, do cheiro a madeira característico, o seu olhar incapacitante, toda uma áurea marcante.
Sempre havia nela um pouco dele, sempre havia nela um pouco dele. Ela deixou de se esgrimir em temas esgotantes, deixou de procurar lutas incessantes, passou a buscar mais paz no desterro, passou a amar mais o Universo, quem sabe assim, um dia talvez, por uma arte mágia, alcance a grandez de espírito dele.
sexta-feira, 1 de maio de 2015
Subtrair...
Eu tenho sentido uma vontade imensa de catarses, sabe? De exorcismos que me limpem e deixem leve. Não tenho tido mais espaço em mim para vontades exaustivas que retiram tudo de mim sem dar nada em troca, não mais espaço para reclamações em que eu não vejo nexo. Não quero, não vou, não dou. Simples assim.
Caramba, quando é que eu deixei de ser dona de mim?
Aiii se deixei, me perdoa, me perdi, e agora eu vou me encontrar, vou me amar de novo, subtrair, e não voltar a somar. Quem quiser ser soma tem de pedir autorização, faz um requerimento para a Administração Central, se eles negarem seu pedido, sinto muito querido, gatou!!!
Aí gatou e muito. Mas fica feliz hein, não me ter também é ganhar. Sabe como?
Você não tem que passar pelo processo de me amar, o som da minha voz, a cor dos meus olhos, o jeito do meu cabelo, os contornos do meu ser, depois não vais se saturar das minhas implicâncias por causa do barulho da sua boca aberta ao mastigar, e até fechada. Ai me poupa, que eu também te poupo.
Não vai ter de receber mensagens longas minhas reclamando a sua falta de abertura, nem minha ausência quando eu cansar de você, da sua cara, da sua voz irritante, dessa sua vontade de mandar em mim. E no fim não vai ter aquela saudade e humilhação de ligar para mim e eu fingir que sou sua amiga só para não te magoar.
Tá vendo filho? É melhor nem me ter. Eu sou incrível, mas sou intensa. Te prometo.
E esses dias tou subtraindo tudo, até minha mãe quero subtrair, anda chata, mas não posso. Mas você? Você e todos os engraçadinhos que vierem depois, ah vocês eu subtraiu e agradeço que aceitem ser subtraídos.
Cheguem bem, sejam felizes e adeus. 😘
quarta-feira, 29 de abril de 2015
No room..
Já não tenho idade para ser inconsequente. O quê que querias que eu fizesse? Que deixasse andar, para que um dia o teu amor fosse imenso e eu não tivesse nada a dar, a não ser companheirismo? Até os grandes amores não podem ser inconsequentes.
Tem de haver coerência naquilo que fazemos, tem de haver.
Otherwise, it's insane, pure insanity. I just can't live as if tomorrow would never come. I just can't.
I working towards something, I build myself around a concept, a concept of balance, life balance.
'Cause it comes down to a point in your life when you don't aim anymore for the trill, for the moments that you feel like dieing, and in that last second you make it. Not anymore.
Now I only want balance, the joy of waking up in the morning with a light heart and a steady head, the firm step when a walk out of my house, the certainity that I'm strong, I'm well oiled machine, heading to greatness.
That's my main motto, that's my life purpose, that's all that matters, that's all I'm focused on.
Por isso, não há espaço em mim para inconsequências.
domingo, 26 de abril de 2015
Momento...
A minha capacidade de resiliência é enorme, mas há dias que não. Há dias como o de hoje que tudo parece perdido, tudo parece vão: "que valor tem este momento e este lugar, se depois tudo se perde e tudo é pó?"
Não tem valor nenhum, nem nunca o há de ter.
É isto que eu sou, é isto que penso neste momento. Que nada vale a pena, que minh'alma é pequena. Neste momento sou pó, neste momento sou nada. E minha vontade é desparecer por entre as fendas da terra, e adormecer. E num sono profundo esquecer que isto existe, que eu existo, não ser eu, não ser agora, nem voltar a ser.
Minha vontade é ser outras pessoas e outras lugares, é ser um velho que só tem memórias para contar, minha vontade é ter tudo vivido e esperar a morte (heresia, eu sei). Mas é isso que eu quero, caramba!
Quero ter a certeza que a minha vida não foi em vão, neste momento não sei, neste momento não tenho certeza de nada.
Neste momento sufoco aflita em minha existência, neste momento me acabo. Neste momento só quero fugir, neste momento, neste... Acaba também tu momento, subtrai-te e dá lugar a coisas boas.
Momentos vêm, momentos vão, mas tu diz-me que não és em vão. Diz-me que vais servir de aprendizado, diz-me que um dia vou sentir saudade, diz-me alguma coisa caramba. O teu silêncio também mata.
Não me deixes sem saber, elucida-me.
quinta-feira, 23 de abril de 2015
Perdoa-me...
quinta-feira, 16 de abril de 2015
Desligar-se
Não te sujeitas a circunstâncias quando estás desfeita, não te permitas a isso. Assim só desabarás mais ainda, a tal ponto que um dia nem no espelho reconhecerás teu rosto. Quando não sabes do que te deves defender ou como defender estás sujeita a tudo; não o permitas, nem hoje nem nunca, não o permitas.
Conhece-te, aprende a amar a solidão, minto, conhece-a pelo diminutivo, só. Conhece-a em todas as formas. Mas conhece-a, ama-a, valoriza-a, não tentes deixa-la desamparada, durante um tempo ela será a tua companheira e não faz mal.
Não faz mal estar sozinho. Conhecer o batimento do próprio coração, reaprender a amar e a não precisar, comprar novas loções, conhecer novos cheiros e novos sons, desligar-se, no fundo é isso, desligar-se.
Se possível reiventar-se, saber em que se errou, como mudar, como melhorar, procurar canalizar apenas o que é bom, o positivo, o construtivo.
Faz isso, reiteira isso, até ao dia em que o deitar e levantar seja leve, até ao dia em que os pensamentos matinais sejam inéditos e joviais, até que o peito já não aperte, até, se possível, todos aqueles que tiverem o seu nome, não te façam fraquejar. Bem assim, andar sem fraquejar.
segunda-feira, 13 de abril de 2015
Não forces o amor
Não vês a tartaruga encaminhando-se para o mar, morosa, pôs-se o sol, leventa-se, despede-se e retorna. E ela sempre lá.
Sê morosa assim: contas os teus dias, plantas as tuas flores, quando o jardim brotar não as colhas, espera que amadurecem, espera pela segunda leva, espera até que o caule se firme na terra, e vento algum, chuva alguma, sol algum a desenraizem.
Espero pelo timing da tua vida. Porque quando chegar vai ser um espectáculo celestial, todas as vozes torna-se-ão mudas, todas as dores sanadas.
quarta-feira, 8 de abril de 2015
21.julho.2012
28.maio.2012
domingo, 5 de abril de 2015
Razão...
Oh redundância existencial, és todos os romances redigidos, esgotas os guiões das telenovelas e ainda assim és novo, és na medida certa, és mais do que eu ouso pedir. Tu és o cruzar dos caminhos, a leve brisa na alvorada, silêncio matinal que em meus pensamentos entra sorrateiramente e traz paz.
Tu conheces-me de trás para frente, e de frente para trás, antes mesmo de me ter conhecido e pior, eu também te sei, como canção de ninar eternizada em mim, eu te sei.
Sei todo esse teu feitio, todos os teus projectos, as tuas partidas e chegadas, as tuas falhas e exautivas interrogações existenciais. De um jeito sei lá de onde, tu me completas e me fazes ser melhor, mas eu tenho medo, eu tenho tanto medo;
que tudo isto seja mentira que tu tenhas visto em mim toda a fragilidade humana e que hediondamente me tenhas manipulado para me possuires, eu tenho medo, tenho tanto medo.
Porque não é normal o Universo conspirar assim, porque eu já passei por conspirações semelhantes que culminaram em desilusões porque eu no fundo acho, sinto, sei, que não te mereço. Eu sei.
Porque as histórias de amor não devem ser escritas com sangue e lágrimas, pelo menos não de alheios ao nosso amor. Eu sei isso, e a parte racional de mim diz-me para inspirar o mais profundo que eu conseguir, e saborear no escuro, no recôndito espaço que tens em mim, cada momento,
o meu virar para te encontrar, o teu cheiro a armário, as tuas mãos a deslizar lentamente em mim, e depois mais e mais rápido, o teu anel, o tom da tua voz, o teu cabelo, o teu balançar, o teu andar, a tua cor, o teu sorriso, o teu olhar, o teu casaco, a tua voz ao dizer o meu nome e acima de tudo, nós dois, só nós.
O meu lado racional diz-me : agarra com força, que não tarda muito vais ter de soltar.
sábado, 4 de abril de 2015
Limpezas...
tudo que faço tu estás aqui. Se ainda há lugar em mim, não sei. Sei que o espaço tomaste-o tu, a mente é tua, o corpo é teu, só não me leves a alma, essa deixa-a, quero dar-la a Deus. Porque ele merece ao menos isso, já em ti deixou meu juízo, que leve o pouco que resta.
Chegada...
Andamos tanto tempo distantes, e depois de nos termos encontrado tudo passou tão breve; mas sabes, eu tenho de te confessar, para mim foi uma vida. Para mim nada foi inédito, eu já sabia cada canto de ti, já te conhecia e tu a mim, e no teu mover cheguei à minha Pátria. Atraquei em teu porto e afundei meu barco, celebrei, sob um espectáculo pirotécnico, finalmente cheguei, não preciso mais de ti velho amigo, é este O porto, não precisarei de partir jamais.
Minha terra amada, sei toda a tua fauna e flora, tuas tempestades, temporais e dias amenos, o sol erguendo-se entre as colinas, no início
de cada dia, sei todos os teus trilhos, as pedras que deixaste pelo caminho, e ao longe a fumaça, lareira acessa, pão na mesa, tu por mim esperas, abres a porta, e heis-me aqui. Não ouviste os passos mas soubeste porque o teu coração falha um batimento de cada vez que sente o meu, e o meu segue-te o ritmo, bailando em sintonia, tal qual a primeira vez; tu aguardas há mil invernos, e hoje a primavera, brota aqui. Há muito parti, há muito te procuro. Não te conheço mas te reconheço; és tu, sempre foste tu, sempre o serás, ainda que eu não saiba. Em meus braços o sabes, o sentes, o reconheces, confirmas e reconfirmas, infinitamente nós tremeluzimos em harmonia cósmica, não há mais nada, nem som, nem luz, nem cheiro, nem toque, nem gosto, nem pensamento, só tu em mim, só eu em ti. E isso basta.