Até antes de te dizer que era o fim eu pensei em ti. Pensei no quanto ias sofrer, e em meu âmago ponderei a melhor forma de não te magoar, até nisso eu te amei.
Porque amar é querer o bem, ser o bem, dar o bem, amar é dar tudo de nós até mesmo quando a outra pessoa não merece.
No meio de tudo isso, não te quero apontar o dedo, só te quero longe. Quero esquecer que fomos algo, quero te arrancar de mim.
No meio disso tudo eu só quero sair mais de metade do que entrei, quero guardar o amor e ser amor. Para mim e para quem precisar, no meio disso, quero ter paz, acima de tudo quietude, brotando da certeza de que eu fui tudo que podia ser, que dei tudo que podia dar, que amei tudo que podia amar, porque só disso pode nascer a paz.
É uma força que nasce do àmago de meu ser, E me impele a te dizer, mais que palavras, mais que mistérios Impele a te mostrar. Textos por Ralde Sicato.
sábado, 31 de outubro de 2015
domingo, 25 de outubro de 2015
Migalhas
Quando estamos chateados nós amamos mais, mais sinceramente. Quando estamos chateados nós abrimos mais os nossos corações e expomos nossos medos, quando estamos chateados, quando parece que nos vamos perder no meio do ruído, quando o peito aperta e ficamos sem ar, aí damos mais valor, somos mais e melhores. Prometemos mundos e fundos, que sabemos que não cumpriremos no fundo.
Talvez seja esse o ponto mais alto do amor, talvez seja esse o momento que confirmamos que ele existe...eu sei que é.
Quando estamos assim eu deixo de duvidar de tudo que me dizes ser verdade, que em mim sinto falso...quando estamos assim eu quero acreditar, quero tanto, com tanta força, com tanto de mim que eu não me pertenço...eu não sou eu...sou tua, sou metade de mim porque não existo sem a tua presença, quando não somos nós, eu sufoco... eu admito, eu sufoco.
Em mim eu quero crer que tudo vai valer a pena, porque estou certa de que em mim há amor, talvez isso baste...talvez se houver amor em mim, quem sabe um dia, o mesmo amor se expanda e brote em ti, quem sabe...?
São migalhas, agora em mim, sou colectora de migalhas, esperanças vãs de um todo...é nisso que me tornei.
sábado, 24 de outubro de 2015
Eu quis tanto que as coisas dessem certo. Quis tanto ser feliz contigo.
Eu quis que nós dois fossemos uma história de sucesso, quis explorar novos mundos a dois.
Eu quis coisas num passado findo, um passado que não se retoma. Um pretérito por nós terminado, que jamais voltará a ser reiterado.
Eu quis tanto te dar amor, um amor que eu tenho tento dar a alguém...alguém que o mereça, alguém que mo dê também. Eu quis tanto ser parte de ti...tudo isso é findo.
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
Boa Nova...
Eu queria partilhar a boa nova contigo, queria contar-te que hoje o dia findou bem, queria que te alegrasses comigo. Queria partilhar tanta coisa....
Noo meio disso tudo, cada vez mais tenho a certeza de que eu não sou nem um milésimo do teu mundo, cada vez mais eu sei e sinto que eu sou rede de segurança que te apara as quedas, cada vez mais, cresce em mim um descontentamento....eu queria tanto acreditar, queria tanto poder ser parte de ti, eu quis tanto....
Há coisas que fogem à nossa vontade... Há coisas que por mais que nos esforcemos, por mais que demos apenas as boas partes de nós, as pessoas fazem por ver a pior...é isso que queres de mim?
Que te mostre quão mesquinha, quão rude, quão insensível consigo ser? É isso?
Só pode ser...
Eu tenho medo, não é nisso que me quero tornar... eu não quero ser essa pessoa, nunca mais...nunca mais. Não quero, não posso, não vou...
Por esta altura já deverias saber quem sou, pior, deverias saber quem és. Por esta altura, toda a tua existência devia curvar-se sobre a minha, tal como faço contigo. Por esta altura...foda-se, tu devias saber, que é errado, que isso não se faz. Devias saber que quando falas com outras mulheres num tom que deveria ser só meu, é errado, devias saber que quando dás o teu contacto a alguém que por ti está enamorado, é errado, devias saber que a traição começa nas omissões, começa nos e-mails e mensagens apagadas, nas chamadas não atendidas junto de mim, devias saber, foda-se devias....
E no meio disso tudo, eu tinha tanto medo de te perder, tinha tanto medo que te fosses embora que acabei por me perder a mim.
Perdi-me quando aceitei voltar, mesmo depois de estar magoada, perdi-me quando pensei em ti, quando naqueles momentos, tu não pensaste em nós, perdi-me porque eu não me consigo forçar a amar-te sem te odiar, que porra de amor é esse? Perdi-me porque já não consigo me ao espelho, perdi-me não sei mais quem sou...senão uma parte daquilo que em ti me permites ser...perdi-me, caramba, perdi-me ao tentar te entender, perdi-me ao tentar, ser mais para ti, dar mais, mostrar mais, amar-te mais....
Eu sempre fui demais e tu de menos...
Sempre fui a impulsiva, descontrolada, descomedida, desenfreada, sempre fui muito para ti...nunca coube nos teus parâmetros....não sou eu a mulher que amas....não posso ser....
Ele me faz sentir confusa, eu não sei se sou a única. E há momentos que acredito que vai dar tudo certo.
Ele me faz ser o mais tonta possível, e acreditar que eu posso tudo, que juntos vamos conquistar o mundo. Faz me crer que ainda há homens com conteúdo, depois me desilude por completo.
Ele tem esse efeito em mim, nunca sei em que pé estou.
terça-feira, 6 de outubro de 2015
Eu queria estar ao pé de ti agora, queria, sei lá, de um jeito muito meu, ficar no silêncio, saber apenas que se eu precisar tu estás aqui para me emprestar teu ombro, saber que as lágrimas que correrem vão servir de purificação de minh'alma, e tu, sim, tu, me vais mostrar que ainda tenho força em mim, que ainda posso tudo neste mundo e que nada nem ninguém me pode tirar de mim, a menos que eu permita.
Eu queria estar ao pé de ti, e eu não sei o teu nome, mas quero-te. Partilha comigo um cigarro, entre o fumo nos vamos confessando, partilha comigo este momento, só te peço isso.
Eu queria dizer que aceito que as coisas não dão certo, mas foda-se, custa toda a vez que me perco. Custa não tanto como antigamente, mas custa. Já custou mais, acho que no fundo eu fui perdendo essa minha crença de que, quem sabe, um dia, as coisas vão dar certo. Eu tenho perdido esse meu lado.
Hoje sou mais incrédula do que um dia pensei ser.
Eu queria que soubesses que eu tenho tido em mim um sufoco, e hoje eu me rendo, hoje eu aceito que sou metade do que fui, que em mim não conheço mais forças para suprir esse meu abismo, hoje eu assumo que não sou tão forte assim, admito isso.
Hoje hasteio a minha bandeira e te peço, vem e perdoa-me, porque eu não consigo me perdoar, vem e diz-me uma vez mais que mereço coisas melhores, vem e toma-me nos teus braços, entre intervalos de tempo, segura o meu mundo, e volta a unir todas as peças de meu ser.