sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Crescemos,  mas não  estavamos preparados.
Ninguém  nos disse que não  eramos invencíveis, 
Que um dia também  poderíamos ficar doentes,
Afinal também somos perecíveis.

Ninguém  nos disse que ia ser tão  difícil,
Que veriam dias intermináveis
Quando éramos pequenos, 
Nunca custavam a passar.

Ninguém  nos disse que o perdão 
não ia sarar todas as feridas,
Que os nossos melhores amigos, 
seriam estranhos,
Que aos poucos se iriam afastando.

Crescemos e viemos a descobrir
Que existem mesmo pessoas malévolas,
Que são as mesmas que nos sorriem,
O veneno é uma constante.

Só nos falavam do altruísmo,
Mas o egoísmo  também é bom,
Evita existências drenantes.

Crescemos e descobrimos, 
Que o Amor, 
Não vence todas as barreiras, 
Que há casamentos por conveniência, 
Nos dias que correm.
E que não  faz mal que assim seja.

Ninguém nos disse que a sociedade,
Tem um padrão estatuido,
Para lá  disso és  atípico,
Completamente  esquisito.
Que a sociedade é  imponente, 
É o supremo Tenente.

Somos adultos hoje, 
E temos de viver com nossos actos,
Com os facto que inevitavelmente  se impõe
Que temos sempre contas para pagar,
De tanto stress,
São  poucos que dormem.

Ninguém  nos disse que o mundo é  cheio de ruído,
Que o silêncio  se encontra em nós,
Se fugirmos à  rotina, 
Se mantivermos a criança  viva,
Que talvez,  desse jeito,  a paz em nós  resida.

Nós  descobrimos sozinhos, 
Que são  poucos os prazeres da vida,
Que importa sim,  confiar em poucos,
E mais ainda cuidar de si, 
Que os outros serão  sempre os outros, 
Mas tu, nunca deves desistir de ti.

Sentei contigo na tempestade,  esperei que te afastasses do abismo,  jejuei por ti,  sofri por ti.
Fiz de mim poeta,  para que voltasses a encontrar alegria na vida,  até  mesmo quando eu desmoronava,  quando eu sofria calada. Fui a tua calmia.
Mas quando tu não  viste a dor em mim,  sofri,  quando te tentei mostrar,  mas não  compreendeste,  aos poucos morri. Sim,  eu morri.
Eu me tornei a tempestade,  me tornei o abismo,  me tornei o sufoco,  tudo porque tu não  conseguiste ser a minha calmia.
Tornei-me tudo isso,  e tu te afastaste,  eu te afastei.
Os redemoinhos em mim te afastaram.
Caí no abismo,  sem fim  tombando,  e me fui perdendo.
Vivi na tempestade,  pensei que um dia voltasses,  que tua vida me entregasses,  que um dia,  ainda me salvasses.
Tu me viste ruir,  mas nada fizeste para me socorrer.
Saí da tempestade,  nunca mais fui a mesma,  mas as tempestades ensinaram-me a viver sem medo.
E hoje danço  sem temor,  do penhasco em que vivo, sem fogo, sem amor.
Caminho sem cambalear,  porque já  sofri tudo contigo,  toda chama em ti,  extinta.

sábado, 17 de setembro de 2016

Nós  eramos um nó, e usei todas as minhas forças para me prender a ti mas era apertado demais. Por isso cortei o nó,  larguei a corda e fugi.
Mas a sensação do nó ainda se mantém,  e o espaço que ficou deixa uma sensação  de que sem o nó  não  vivo.
É,  às  vezes na vida acreditamos que o que nos mata,  nos faz viver. Ainda que esse viver seja apenas sobreviver.
Eu respirar,  respirar sem sentir o peso de tudo isso,  eu quero não mais ter essa sensação de sufoco e essa saudade doentia.
Quero isso com tudo que em mim há.