domingo, 25 de dezembro de 2016

If one day I runaway
Don't look for me...
Don't come after me,
Trying to uncover
all the reasons
that lead me to it.

If one day I runaway,
Just let me be,
Let me go
To find my nonesense,
To get lost within myself.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Aquela podia ser a última vez que te veria,  que sentiria as tuas mãos sobre a minha pele,  ouviria o teu batimento cardíaco e saberia que estou em casa. Eu não podia deixar-te ir assim,  desse jeito,  não podia.
Porque na minha boca ia permanecer o sabor do inacabado,  eu sentiria perpetuamente que tanta coisa ficou por dizer,  não podia te deixar ir assim.
Não pensei nas consequências,  nos instantes que antecederam a minha partida,  eu hesitei,  mas depois joguei-me sem medo e voei. O vento no meu rosto fez meu coração acelerar,  sabendo que do outro lado te iria encontrar,  tornou a distância tão leve,  tão curta,  e as estradas livres levaram-me a ti. Aterrei nos teus braços. Consumiste-me. Consumi-te. Fomos um. Se daqui há cinco anos nos encontrassemos ainda assim,  e tudo qus houvesss para saber estivesse descoberto,  se nesse espaço de tempo não estivessemos distantes,  eu seria tua,  a todo o momentos,  eu seria a mais brincalhona,  a mais livre, tendo o teu vento sob minhas asas,  planando alto. Tu serias o mais sereno,  o mais seguro,  livre de todos os estigmas,  o Amor quebraria todos os grilhões,  e juntos voaríamos. Explorando esse mundo imenso lá fora. Nos conhecendo cada vez mais.
Com o aproximar da alvorada,  volto a pousar,  não passaram cinco anos,  continuamos no presente,  continuamos a não puder estar juntos. Hoje tu partes e eu,  pequena demais,  te deixo ir. O último abraço,  o último beijo, o último toque,  o último suspiro,  o último pronunciar das palavras.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Não  consigo acreditar que voltaste. Tudo isto parece extremamente surreal. Eu esperei que te apercebesses que o nosso amor sobremaneira ultrapassa todo o entendimento humano e que eu sou tua desde o primeiro momento.
Eu esperei que entendesses isso,  mas nunca esperei que voltasses. As coisas que disseste ainda ecoam em mim e o meu maior medo é que decidas de novo que não sou eu, que eu não mereço, que eu sou um erro, que ela é melhor que eu...
Estou feliz mas tenho medo.
Amo-te com todas as forças, não pensei voltar a amar assim.
Escrevo-te deste lado, com lágrimas nos olhos...por favor não faças jogos, por favor, decide o que queres e assume o teu caminho, por favor, não voltes a brincar com o meu amor.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

I look within myself and found God, how come I remained lost for so long? There's a path in my soul, that leads to the gateway of the cosmo. I seek it and I've found it.

Encontrei alguém que
Se parece contigo,
mas não és tu.
E isso revelou o quanto
mexes comigo, 
quanto espaço
você ocupou.
Tenho estado triste,
tenho tido medo,
Tenho pensado em tudo
que fizemos
Em segredo .
O quanto te amei,
e julguei que
me amaste a mim,
O quanto pedi aos céus
Que para sempre ficasses.
Mas nunca foste meu, 
não era suposto seres,
Magoou-me ouvir coisas
Que julguei que nunca as dizeres.
Sufocaste-me como
há muito não sufocava
Chorei lavada
com minh'alma pisada.
Senti-me pequena, 
do tamanho
de uma semente,
Confesso que
há coisas que
não apagarei
da minha mente,
Por isso,
hoje escrevo-te, 
Sei que nunca hás de saber
Que de alguma forma
Me fizeste sofrer,
Ainda assim,
Em mim
para sempre
Irás viver.

sábado, 12 de novembro de 2016

Só agora voltei a ouvir as músicas que ouvia contigo,  só agora voltei a olhar para os caminhos que percorro sem me lembrar constantemente de ti.
Às  vezes ainda me assombras, mas recebo-te como velho amigo, já que não te vais embora, ao menos que te sintas em casa sempre que voltares.

domingo, 6 de novembro de 2016

Quem me dera ser feliz todos os dias, 
Sentir o meu corpo leve e o meu coração  bater tranquilamente,  e quando sentisse tua saudade, ver-te chegar no teu Cayenne.
Quem-me dera acordar sem aflição,  serenamente levantar e do teu lado me encontrar.
Quem me dera que as canções fossem todas alegria,  os meus olhos não conhecessem a melancolia.
Quem me dera que todos os dias,  tivessemos pão na mesa,  e que trabalhar fosse uma escolha suspensa.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Eu apaixonei-me pelas tuas raízes, apaixonei-me algo que mais ninguém viu: a bondade em teu coração e a grandeza em teu olhar.
Apaixonei-me pelo Homem que virias a ser,  e pela mulher que me tornaria por causa de ti.
Apaixonei-me pelo modo como educarias os nossos filhos e pelas noites em que,  de insónia em insónia,  me farias companhia.
Apaixonei-me pelo carinho  que me darias,  pelo amor que te renderia,  acima de tudo,  pelo encontro das nossas almas; sem aviso,  descuidadas,  sem quererem se distanciar.
Eu apaixonei-me por ti,  e cada dia sou mais tua, cada vez sei mais, que és tu.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Existia uma ânsia em mim,  de querer ser perfeita para ti, para ti,  sim,  o Homem da Minha Vida.
Tinha de saber cozinhar,  saber estar,  saber amar,  saber cuidar,  saber foder,  para que de alguma forma não  precisasses de mais nada. E eu acreditei com todo o meu ser que o Amor,  sim o Amor,  seria a Força  Suprema que iria vencer todas as barreiras e que iria nos manter para sempre ligados.
E quando tudo isso falhou,  tudo isso caiu por terra,  eu questionei-me incontáveis vezes: o que há na vida se não há  Amor,  se não  há  uma alma gemea que incendeia o meu ser e me impulsiona a fazer mais? Se não  há  isso,  o quê  que resta?
Esse é o grande erro da nossa geração,  viver em função  daquilo que esperam que nos sejamos.
A verdade é  que antes de eu querer o que quer que seja,  eu precisava de me conhecer,  de modo a saber até onde eu existo,  de que sou capaz,  quais as minhas fraquezas,  qual o tamanho do meu ser,  da minha existência.
Só  depois de descobrir tudo isso,  eu pude me amar de verdade,  sem precisar da aprovação de quem quer que seja,  sem precisar de outras pessoas,  porque sendo eu inteira,  a solidão  não  me assustada,  e mais que isso,  abri-me para uma imensidão de experiências que nunca teria descoberto se me mantivesse presa a pré-conceitos.
Durante essa minha caminhada,  me tornei mais doce,  conheci pessoas que me mostraram outros mundos,  outras formas de ver a vida,  e hoje tenho em mim uma biblioteca de saber.
Se um dia,  eu encontrar esse ser,  sim esse ser,  que deverá ser o meu companheiro espiritual, eu não  vou incorrer em ânsias precipitadas que minem a pessoa que hoje eu sou. E não  vou aceitar menos do que mereço,  conquanto que eu levei muito tempo a encontrar a paz que hoje tenho,  não vai ser qualquer um a retira-la.
E se eu não  encontrar, com a mesma serenidade que escrevo isto, hei de continuar.

Eu pensei que o Cosmo já  não  tinha nada reservado para mim,  que eu já havia sentido tudo que  havia a sentir. Mas não,  não.
No dia que eu parou para cheirar as flores,  no dia que ele reparou que os tons de seus frutos tinham mudado,  ele me conquistou. Ele estava em sintonia com o  Universo de um jeito  que mais ninguém  estava.

I love you,
If today you choose to stay
Love me too

Choose to ve truthful  
Show me the deep
Of your being.

Choose to know me
Fully,
And continue to love me like this.

Stay with the will of a million years,
From whom returns to his beloved Land.
Remain forever here.

Stay in mater, 
When I'm in fire for you,
Shivering throughout the night, 
And I just can't sleep.

Stay with your heart,
Understand that you can't unravel me ,
That I was made to love you
And forever chanel your peace 

Stay with your spirit, 
Travel trough time with me, 
Write in the wind's wave
Remove this Hell from me.

Stay with your mind 
Show me that I still have much to learn 
Of our great big world ,
Fill me with knowledge , 
A new world vision,
My Lover

If today you choose to stay,
My life, endlessly
I will surrender.

O homem que eu amo,  não  me ama. E só  me resta aceitar metade da vida que eu quis um dia ter.
Vou ter que me contentar,  contentar com o teu amor,  e tu com a minha inobservância. És tudo que me resta.
O único  homem que ainda nutre amor por mim.
Desculpa se as coisas são  nestes termos,  desculpa se tenho que ser metade da mulher  que sou,  mas não  te consigo dar mais que isso.
A verdade é  que eu queria estar nos braços  dele,  mas não  posso.
Queria o toque dele,  mas não  posso.
Queria ouvir o som do meu nome no tom da voz dele,  mas não  posso.
Queria ser dele,  só  dele,  mas ele não  quer.
E ao teu lado,  sinto que não  sou suficiente. Porque se ele não  bastei como posso eu acreditar que para alguém  basto?  Não  é  possível,  a minha existência  não  se pode resumir a isto.
Eu quero ser dele,  ama-lo a ele,  sorrir para ele e com ele,  ter filhos dele,  viver com ele,  acordar e deitar com ele, 

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Ele fez surgir um fogo que se tinha apagado,  o interior do seu ser não  se equiparava a outro.
Ele estava em sintonia com o Universo,  e naquele dia falou à  alma dela,  do jeito  mais profundo de se falar,  despertou-a.
Ela que jurara não  mais voltar  a amar,  nesse dia acordou,  e voltou a comhecer o amor,  voltou a Amar.

domingo, 9 de outubro de 2016

Amo-te, 
Se hoje escolheres ficar,
Ama-me também.

Escolhe ser verdadeiro, 
Mostrares-me as profundezas
Do teu ser.

Escolhe conhecer-me
Por inteiro,
E continuar a amar-me assim.

Fica com a vontade de mil anos,
De quem regressou à  Patria Amada.
Fica para sempre aqui.

Fica de corpo, 
Quando eu ferver por ti,
Quando eu tremer noite a dentro, 
E não  conseguir dormir.

Fica de alma,
Entende que não  me consegues decifrar,
Que fui feita para te amar,
E tua eterna paz canalizar.

Fica de espírito, 
Atravessa o Tempo comigo, 
Escreve nas ondas do Vento,
Tira de mim este Inferno.

Fica de mente, 
Mostra-me que ainda não  sei tudo,
Do nosso imenso mundo,
Enche-me de sapiência, 
D'uma nova mundividência,
Meu Amante por excelência.

Se hoje escolheres ficar,
Minha vida, eternamente
Te irei entregar.

sábado, 8 de outubro de 2016

Voltei a ser adolescente,  uma menina boba que se deleita em sorrisos. A mulher sofrida que há  em mim,  por instantes sumiu.
Amo-te por isso.
Olho,  embasbacada para a tua foto, 
E tudo que fazes,  fascina,  és  o Sol para mim,  e hoje vejo-te raiar em mim.
Enche-me de vida, mil cores ainda por descobrir,  sabores tenho os muitos por sentir.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Todos os dias morria um pouco,  e a tua indiferença  era o que mais me matava.
Fizeste-me sentir tão  pequena,  tão  insignificante, que já  nada fazia sentido.
Nem comer nem beber,  nem me lavar.
Por isso eu troquei as noites pelos dias,  e passei a ser noctívaga.
À noite com os meus pensamentos, de dia longe de ti...nesse ciclo, embarguei com álcool e tabaco e aos poucos me afundei.
No meio da tempestade,  tantos quiseram me salvar, eu esperei que fosses tu,  esperei ouvir a tua voz,  dizer-me que chega de me deleitar em aflições, que tenho de voltar a viver. Mas nunca vieste,  não sei,  talvez me esqueceste.
Por isso eu tive de me salvar a mim mesma, de aceitar que a tempestade me consume, apenas se eu deixar. Aceitar que o que eu te dei,  continua em mim, que não  se esgotou,  o amor não  se extinguiu.
Eu recordei a mim mesma que eu ainda sei nadar,  que mesmo que o porto seguro um dia não  venha a chegar,  eu posso simplesmente viver a flutuar.
E não  faz mal...

Não faz a puta de um corno de mal.

I was on fire, 
And he made me question my own mind.
I didn't knew weather I was still me
Or if I gone back to when I was a kid.
He took me back, 
Be calmed me down, 
And made me recall the days,
There was no rage in my mouth.

I drift away,  maybe
To a better place, 
Yet I was afraid, 
To be me, 
And turn out to be
a disappointment.

I wanted to dazzle him, 
To be a mesmerising being, 
I wan' to be,
Your perpetual Afrodite.
But craving, 
All that lust, 
All that life I owe to have, 
Took me back,
To you,  hey, 
You.

The one who broke me, 
Ripped me,
Shred me, 
Step on me,
So heavily, so deep that
I haven't found the way
back to me.

So I'm scared, 
I love you but, 
Must of me can't.
Can't do the hurt, 
The lies, 
Misconduct,
Misconception,
Can't do the hurt feeling,
Can't do the sleepless night,
The lack of air, 
The countless times, 
Laying in bed,
Crying you over night.
I just can't  do the broken heart.

I love you still, perhaps
I'll always will,
But I love myself more, 
Can't keep me hanging
Like a mixed signals
Childhood whore.

I was on fire, 
And he made me question my own mind.
I didn't knew weather I was still me
Or if I gone back to when I was a kid.
He took me back, 
Be calmed me down, 
And made me recall the days,
There was no rage in my mouth.

I drift away,  maybe
To a better place, 
Yet I was afraid, 
To be me, 
And turn out to be
a disappointment.

I wanted to dazzle him, 
To be a mesmerising being, 
I wan' to be,
Your perpetual Afrodite.
But craving, 
All that lust, 
All that life I owe to have, 
Took me back,
To you,  hey, 
You.

The one who broke me, 
Ripped me,
Schredd me, 
Step on me,
So heavily, so deep that
I haven't found the way
back to me.

So I'm scared, 
I love you but, 
Must of me can't.
Can't do the hurt, 
The lies, 
Misconduct,
Misconception,
Can't do the hurt feeling,
Can't do the sleepless night,
The lack of air, 
The countless times, 
Laying in bed,
Crying you over night.
I just can't  do the broken heart.

I love you still, perhaps
I'll always will,
But I love myself more, 
Can't keep me hanging
Like a mixed signals
Childhood whore.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Kali

Pelo menos agora eu sei,....  há  amores que não  morrem.
Não  importa o tempo que passar,  o meu amor por ti não  vai morrer. Porque nunca foi,  porque nunca sofri,  porque nunca me mataste com mentiras ou meias verdades.
Não  tem como morrer um amor assim,.....porque foste o primeiro e o mais intenso,  que senti,  sem nunca o confessar,  sem nunca o viver. Senti-o tanto vividamente, tão perto, tão  quente.
Se daqui a 9 anos mais voltares e me tomares,  eu aceito. Eu vou contigo,  toma-me pela mão,  guia-me pelas estrelas,  mostra-me o Universo, ensina-me a viver serena.
Se daqui a 9 anos mais voltares e a minha vida for uma imensa confusão,  eu deixo tudo, e arranjo uma casa nova ao teu lado,  meu eterno namorado. Minha imensa euforia, ecstasy da minha vida.



Talvez tudo isso seja apenas fantasia, talvez não  sejas tu, talvez não  seja eu. Mas foda-se, era bom se fosse.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

I waited, 
So long for you.
Didn't guard my soul,
But it is still full.
Reach me, 
Pull me from the noise,
From the darkness around,
Receive the love in me,
My cotton candy dreams.

Let's surf through the clouds,
And the Universe in me,
Unravel my mystic energy,
Let

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Crescemos,  mas não  estavamos preparados.
Ninguém  nos disse que não  eramos invencíveis, 
Que um dia também  poderíamos ficar doentes,
Afinal também somos perecíveis.

Ninguém  nos disse que ia ser tão  difícil,
Que veriam dias intermináveis
Quando éramos pequenos, 
Nunca custavam a passar.

Ninguém  nos disse que o perdão 
não ia sarar todas as feridas,
Que os nossos melhores amigos, 
seriam estranhos,
Que aos poucos se iriam afastando.

Crescemos e viemos a descobrir
Que existem mesmo pessoas malévolas,
Que são as mesmas que nos sorriem,
O veneno é uma constante.

Só nos falavam do altruísmo,
Mas o egoísmo  também é bom,
Evita existências drenantes.

Crescemos e descobrimos, 
Que o Amor, 
Não vence todas as barreiras, 
Que há casamentos por conveniência, 
Nos dias que correm.
E que não  faz mal que assim seja.

Ninguém nos disse que a sociedade,
Tem um padrão estatuido,
Para lá  disso és  atípico,
Completamente  esquisito.
Que a sociedade é  imponente, 
É o supremo Tenente.

Somos adultos hoje, 
E temos de viver com nossos actos,
Com os facto que inevitavelmente  se impõe
Que temos sempre contas para pagar,
De tanto stress,
São  poucos que dormem.

Ninguém  nos disse que o mundo é  cheio de ruído,
Que o silêncio  se encontra em nós,
Se fugirmos à  rotina, 
Se mantivermos a criança  viva,
Que talvez,  desse jeito,  a paz em nós  resida.

Nós  descobrimos sozinhos, 
Que são  poucos os prazeres da vida,
Que importa sim,  confiar em poucos,
E mais ainda cuidar de si, 
Que os outros serão  sempre os outros, 
Mas tu, nunca deves desistir de ti.

Sentei contigo na tempestade,  esperei que te afastasses do abismo,  jejuei por ti,  sofri por ti.
Fiz de mim poeta,  para que voltasses a encontrar alegria na vida,  até  mesmo quando eu desmoronava,  quando eu sofria calada. Fui a tua calmia.
Mas quando tu não  viste a dor em mim,  sofri,  quando te tentei mostrar,  mas não  compreendeste,  aos poucos morri. Sim,  eu morri.
Eu me tornei a tempestade,  me tornei o abismo,  me tornei o sufoco,  tudo porque tu não  conseguiste ser a minha calmia.
Tornei-me tudo isso,  e tu te afastaste,  eu te afastei.
Os redemoinhos em mim te afastaram.
Caí no abismo,  sem fim  tombando,  e me fui perdendo.
Vivi na tempestade,  pensei que um dia voltasses,  que tua vida me entregasses,  que um dia,  ainda me salvasses.
Tu me viste ruir,  mas nada fizeste para me socorrer.
Saí da tempestade,  nunca mais fui a mesma,  mas as tempestades ensinaram-me a viver sem medo.
E hoje danço  sem temor,  do penhasco em que vivo, sem fogo, sem amor.
Caminho sem cambalear,  porque já  sofri tudo contigo,  toda chama em ti,  extinta.

sábado, 17 de setembro de 2016

Nós  eramos um nó, e usei todas as minhas forças para me prender a ti mas era apertado demais. Por isso cortei o nó,  larguei a corda e fugi.
Mas a sensação do nó ainda se mantém,  e o espaço que ficou deixa uma sensação  de que sem o nó  não  vivo.
É,  às  vezes na vida acreditamos que o que nos mata,  nos faz viver. Ainda que esse viver seja apenas sobreviver.
Eu respirar,  respirar sem sentir o peso de tudo isso,  eu quero não mais ter essa sensação de sufoco e essa saudade doentia.
Quero isso com tudo que em mim há.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

A Cidade...

Hoje conheço a cidade como a palma da minha mão,  lugar onde a tua esteve, e todos os caminhos têm  uma parte tua,  porque percorremo-los tantas vezes.
Não consigo me livrar das memórias que fizemos, não consigo.
Ontem rasguei aquela brochura, da casa que sonhamos ter,  rasguei-la por já não aguentar ver-te em tudo, sentir-te em tudo e não te ter. Não aguento isso.
Deves achar que tudo isso é  mentira,  porque me tens visto sorrir,  aprendi a usar máscaras,  teve de ser.
Aprendi contigo tantas coisas más: que só  devo confiar em mim, que o amor é ilusório, que é  difícil  conhecer a verdade, que é  possível  nos perdermos na escuridão, que as pessoas vivem de mentiras, que eu nunca  fui suficiente e talvez, para ti, nunca venha a ser...
Conheço a palma da minha mão como conheço esta cidade,  e quando conhecer o mundo lá fora em mim só haverá saudade,  e uma mágoa imensa de não partilhar isso contigo.

Caminhos...

Agora,  sempre que fecho os olhos vejo estradas,  quilómetros e quilómetros  de estradas; todas me levam a ti e de ti me tiram, as estradas que pecorri, os letreiros, todos  me levam a ti: Sintra, Mira Sintra, Cova de Sintra, Mem Martins, IC19, todas levam a ti.
Vejo estradas, mas vejo também  a ansiada chegada, em ti anseio. Encosto de mansinho, mas minha vontade é  de te sufocar de carinhi, te encher de amor; por ti anseio, faz-me essa vontade.
Não  te querk ver ficar e partir, porque percorro o Universo para pousar nas tuas estrelas, porque eu gravito em ti; sejam 9h ou 2h da manhã, se me chamares, eu gravito: vê-me cruzar os céus, minha cauda celestial, entrar na tua órbita  e pousar qual ave em ramos do loureiro.
E em todos os momentos me afogo,  inspiro e não  te quero deixar ir; fica,  fica,  fica aqui; por favor, faz isso por mim. Ou se for para partir leva-me contigo,  toma-me pela mão  e partamos para nunca mais voltar. Não  me soltes nunca,  toma-me pela mão  e vamos.
Vamos por esse mundo fora,  vamos realizar nossos sonhos: eu quero-te como irmão,  como pai,  como homem,  como mulher,  como cuidador,  como tutor; quero-te tanto que até  receio esse querer. Mas não  tem outro jeito,  eu quis-te muito antes de teres chegado. Quis-te pela metade,  1/3,  2/4, mas nunca deixei de te querer; vi-te pela metade em tantos,  pela metade amei um tanto,  pela metade entreguei-me entretanto,  pela metade fui,  pela metade aceitei o que me foi dado. Mas sempre inteira em ti.
O que vi em ti,  em outro nunca foi total: em uns vi amor,  mas não  o carinho,  noutros vi o dom,  mas não  o sentimento,  a entrega mas não  a correspondência. Em todos fui um pouco prisioneira. E tu o sabes,  no momento em que me libertaste,  eu também o soube: fui prisioneira durante muito tempo.
Presa estive a sentimentos culposos,  pessoas a quem senti dever o mundo, a perdões  que ainda não  tinha dado,  até  a mim estive presa. Hoje sei-lo,  hoje quebrados estão  certos grilhões,  mas muitos mais resistem,  é  desses que tenho medo,  é  por esses que ainda escrevo para ti.
Quando fecho os olhos e estradas vejo,  sinto também  a paz que há  muito não  sentia; tu deste-me essa paz,  na chegada e na partida,  deste-me essa paz. E por isso obrigada; não  te posso dizer que já  não  anseio por ti,  estaria a mentir,  a mim mesma e a ti. É  verdade,  anseio por ti,  constantemente,  mas já  não  com o sufoco posterior a te ver partir,  já  não  tão  penetrante.
Hoje anseio por ti,  como a brisa matinal que refresca em dias de calor abrasador. És o reencontro do mar com a areia quente entre os dedos dos pés,  que me levam sempre a não  saber bem a tua temperatura: se me aqueces ou arrefeces,  não  sei,  mas também  não  és  morno,  tudo menos isso. És  explosivo. Pelo menos para  mim és  explosivo,  e é  disso que eu gosto.
Não  um explosivo que mata,  mas im que força  o ser a revelar toda a sua essência,  que força  a entrar em sintonia com o Cosmo,  força  a ser mais,  a querer mais,  também a dar mais e amar mais. Tu és  esse tipo de explosivo.

21 de maio de 2015

domingo, 21 de agosto de 2016

Maurício, 

Ainda agora deixei a tua casa e já  sinto falta de ti. Tenho tantos fantasmas em mim,  tenho tantos medos,  medos que nunca te disse. Aqueles que vieram  antes de ti,  deixaram tantas lacunas,  que não  consigo ser a mulher que mereces que seja. Perdoa-me por isso.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Naquela manhã, ela levantou-se antes de o despertador tocar. Na verdade, nem conseguiu dormir, estava ansiosa, inquieta, repassando mentelmente tudo aquilo que deveria e não deveria fazer para que corresse tudo bem e o que fazer se corresse tudo mal. Por as coisas sempre arranja uma forma de correr mal, ainda que planeemos tudo ao milímetro.
Ao leventar, sentou-se por instantes e pediu que tudo  corresse bem, quem sabe se os santos todos se juntarem, as coisas acabem por entrar nos eixos. Estendeu a mão para alcançar o copo de água, abriu a caixa de Pandora: um de magnésio, um de complexo b, um analgésico, e uma pílula. Tomo-os num gole rápido e dirigiu-se à casa de banho. Em frente ao espelho, colocou a toca de banho, depois retirou os calções verdes e a camisa do Snoppy, e entrou no chuveiro. O banho foi rápido.
“Talvez devesse lavar o cabelo”, penso para consigo. O abelo estava seco, mas se o lavasse teria de gastar mais uma meia hora para secar, com o secador, nesssa meia hora perderia tempo precioso. “Ham, é melhor não”.
Saiu do banho, e ao entrar no quarto, à sua esquerda o toucador, com a roupa preparada de véspera, estava escuro demais para se perceber. Letícia, então abriu as persianas do quarto e  abriu a janela, para deixar a vida entrar.
Colocou creme no corpo, e sentada na cama, esperou a pele absorver a loção. “Vai correr tudo bem, se foste escolhida é porque és boa no que fazes.”.
Cinco minutos depois, levantou-se e vesti-se. Primeiro a roupa interior, depois a calça social azul, e a blusa de cetim branca, pouco decote, meia manga. Em frente ao espelho, mirou-se, “tudo me assenta bem, mas hoje tenho de estar maravilhosa”. Colocou um pouco de perfume, levezinho para não avassalar quem tivesse contacto com ela, afinal de contas estava a ir traalhar, não tomar um copo.
Sentou-se no tocador e fez um apanhado alto. O Cabelo sempre tão rebelde, dificultava as coisas, e é nestes momentos que Letícia pensava naqueles que a aconselhavam a alisar….ms não, ser igual aos iguais, isso é morrer.
Ser iguais aos iguais é o cúmulo de existir, Letícia, sempre fora diferente, e durante muito tempo, lutou contra essa diferença, quando somos pequenos e ninguém nos ensina a nos amarmos, acabamos por achar que o amor só existe numa forma e essa forma é concretizado pela concepção existente e proliferada pelos meios sociais. E dá medo, ser diferente, aceitar essa diferença, aceitarmo-nos como seres únicos e das maiores batalhas desta vida.
Letícia, A Letícia Elissier, de tez negra, cabelo armado, nariz nada refinado, de voz doca, oponente, Letícia dos lábios grosso, dos olhos que falam, do rosto expressivo demais, Letícia, que sempre foi inteligente, mas calada demais para ser conhecida, Letícia que hoje, nesta manhã de Novembro se prepara para o seu primeiro dia como Directora de Relações Públicas da maior empresa de eventos do país. Letícia, que se prepara para enfrentar o mundo.
Depois de muito lutar, lá conseguiu, lá o cabelo obedeceu. De tez limpa, ponderou que tipo de maquilhagem fazer, “Simples é melhor”. Com leveza, maquilhou-se, quando terminou, tomou a pasta pronta de véspera, e saiu.

Onze anos antes…
Naquela manhã, Letícia não conseguiu levantar como era o normal, algo parecia fora do lugar. Virou entre os lençõis e ao tentar deitar-se de costas sentiu uma pontada. Manteve-se deitada de lado, “será que dei um mau jeito, durante a noite?”. Tentou levantar-se, cheia de dores lombares, dirigiu-se à casa de banho e no armário retirou uma aspirina e tomou-a. Sentou-se na sanita, urinou. Esperou o efeito do comprimido, com a mão nas costas, como se também ajudasse a passar.
Dez minutos depois, Letícia retomou os seus afazeres. Como se tivesse acordado num dia nor mal como outro qualquer.

“DRP”, as letras na placa, o sentimento de pertença. Sabem quando entramos num lugar novo e temos receio de fazer certas coisas? A casa de um amigo, um edifício privado, quando procuramos um lugar para estacionar e estão todos marcados…pois, hoje esse sentimento está ao avesso. Letícia mirou por alguns segundos a placa do seu lugar de estacionamento, “Meu”, este sentimento de pertença. Não se pode descrever.
Foi interrompida pelos condutores expectantes que se encontravam atras de si, despertou e fez a manobra em dois movimentos. Ainda era cedo, o relógio marcava 5 para as 7, e ela só entrava às 8h30, mas não aguentava mais ficar em casa. Não comera, o estomago já estava inquieto,  se comesse talvez fosse piorar o cenário. Ficou sentada no carro, refreiou o banco e, aumentando um pouco o som do rádio, ficou ali, a apreciar aquele momento.
No aparelho cantava coisas sobre o quanto alguém tinha magoado o cantor, “ Credo, que vibe pesada”, por isso ela decidiu mudar de música. Passou umas quinze, e depois parou. O som do piano, no intróito, “Open your eyes, now,/ Open your eyes, now,”.  Passou a mão pelo testa, desligou o ar condionado, abriu a janela, deixou a vida entrar, o frio da alvorada. “She’ll be a star now, I’ll follow her a lead”.
A música embalou-a, adormeceu, e no mundo onírico, estava num bar, estava  a trabalhar. Sentiu uma mão, no ombro e quando virou viu-o, Miguel, ele com um copo na mão. “Posso falar contigo?”, “Naão tenho nada a te dizer”,” Por favor”, pegou-a na mão, “Por favor, ouve-me se faz favor”.
Letícia despertou, dez para as oito,”Credo”. Os fantasmas do passado sempre voltam para nos assombrar.
Calçou os saltos, pegou a pasta e saiu do carro num pulo.

Havia três meses que as dores lombares se mantinham, e alastraram-se. Primeiro as articulações, depois todo o corpo. O toque queimava na epiderme, e à noite dormir tornara-se cada vez mais impossível. Os lençóis pareciam facas as raspar a pele, Letícia não conseguia mais dormir toda a noite, acordava de duas em duas horas, e a rotina tornou-se esgotante. Durante o dia, bebia copos e copos de café para tentar manter uma vida, e enchia-se de analgésicos, mas não demorava muito o efeito.
Nos meses que se seguiram, Letícia passou de médico em médico, de exame em exame, e nada. “Dores de crescimento”… Dores de martírio, ela pensava. “Será que é esta a minha sina, é este o resto de vida que estou destinada a ter?”. As dores pioraram, quando o solo se ponha, Leticia não conseguia se manter de pé andava vergada como alguém que suporta o peso do mundo. À noite, chorava deitada, tentando encontrar uma posição, a menos dolorosa, a menos penetrante, mas nenhuma servia, e nada aliviava a exaustão, nada melhorava o animo de sentir dor, a todo o tempo.
Ela distanciou-se das pessoas, “Quem há de querer estar com alguém que não pode ficar muito tempo de pé porque quase desmaia? Que não pode ficar muito tempo sentada, porque tem de mudar de posição de tempos em tempos porque tudo dói? A quem a luz, os cheiros, tudo incomoda, quem quer estar com alguém assim?”.
Na altura tinha ela dezassete anos, chorou, questionou-se vezes e vezes sem conta do porque de estar a passar por aquilo, não teve resposta: seria genético, seria fruto de um trauma, seria adquirido?
Fechou-se, já nada tinha gosto. Estar ao pé das pessoas era mera formalidade, mas já não fazia sentido. Ver toda a gete fazer planos, dava vontade de chorar,” De que serve fazer planos, se hoje mesmo posso morrer? Nada disto faz setido”. Às vezes, a meio de uma conversa, Letícia começava a chorar, aconteceu tantas vezes que parou de sair com amigos, parou de ir a certos lugares. As dores pioraram. A dor emocional também.

Uma vida...

Uma vida ao teu lado soube a pouco
Os dias sucederam-se e eu não  me apercebi...
O tempo invasivo tomou conta de mim,
Não  tenho forças,
Não  tenho credo,
Se partires,
A morte trará consigo meus medos.

Ao teu lado sempre fui forte,
Sempre fui capaz,
Ao teu lado acreditei  em unicórnios, sereias, duendes e lordes.
E meu amor sempre foi um imenso transborde.

Uma vida  que passou a correr,
Quero voltar atrás  e a reviver,
O meu altruísmo  sobrehumano
Mil vezes ainda te ceder,
Se eu pudesse o tempo parar,
Meu amor se eu pudesse,
Nunca te perder...

Mas soube a pouco,
Tão  pouco, tão  breve,
Fui tua e sempre tão  leve...
Uma vida que hoje finda,
Uma vida que te leva,
No leito deste quarto,
Sou tua amante eterna.

Uma vida ao teu lado soube a pouco,
O amor transcende tempo, lugar e vida,
Num eterno transpor
Do que em meu peito sempre esteve.
Uma vida que hoje finda,
Leva-me contigo,
Leva-me para sempre.
Se morres agora,
Morro também, serenamente.

Faltou te humilhares mais umas quantas vezes
Faltou ter chorado mais umas quantas vezes
Ter feito o papel de impulsiva,
Ter corri atrás como se fosse tua razão de viver
Faltou ter sofrido mais, 
Ter desejado mais
Ter sido mais umas quantas vezes.

Faltou ter tentado todos os dias,
E cair sempre no vazio.
Faltou toda a compreensão e empatia,
Todo o altruísmo  sobrehumano,
Toda a vida dada sem pestanejar.
Faltou tudo isso.

Faltou mais ainda,
O amor próprio
O egoísmo  heróico,
Faltou a capacidade de discernir
Entre amor e obsessão
Faltou deixar de ouvir o coração.

Faltou partir enquanto era tempo,
Faltou ser mais para si,
Viver mais para si,
Faltou sonhar com coisas melhores
E ir atrás de coisas melhores.
Faltou abandonar as ilusões.

É  tempo,  "é  tarde,  e era bom que não  fosse."

There's a darkness surrounding me
There's a path I've lost
And I ear voices calling me
But I'm  all alone.

I remember my track,
But there's no sight of it,
My demons consume
My weakness is you

There's  a darkness surrounding me
But I still see light
There's hope within me
An unconsuming fire will I breath

And I fade,  I let them take me
From the shadows my gap increases,
It consumes me,  it overwhelms me

Across the pitch I walk, 
Not me,  someoelse

Riped my soul in the path, 
I'm alive,  but I'm  not
There's light surrounding me
But my heart's pitch black.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Peguei nos  meus sonhos,  nos nossos planos,  e meti-os no bolso. Segui por essa vida fora....tenho raiva de ti,  mas essa raiva não  supera o amor que sempre há de existir.
Comecei a refazer a minha vida,  e todas as noites ainda te conto tudo que tenho passado,  tudo que me tem atormentado, és  o meu maior confidente. Estou quase a acabar o meu livro,  não  aquele que escrevi contigo,  mas o novo que serviu de exorcismo. O nosso livro,  não  suporto mais vê-lo... As lembranças ainda me custam tanto,  tenho aprendido a viver sem ti....e isso me dói tanto.
Entre cada cigarro,  ainda oiço a tua voz e à  noite como o telefone acede,  ainda espero que seja a tua voz,  em cada número estranho,  em cada ligação perdida.
De olhos fechados,  desejo com tudo em que mim há tirar-te de mim e esquecer que um dia houve.... tenho feito tanta coisa sem sentido,  tanta coisa que se soubesses te zangarias comigo. Mas tu não  estás para exercer esse papel... não  estás...mas ainda te levo comigo.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Miguel, 
  Amo-te com tudo que em mim há,  e pensei durante muito tempo que se voltasses,  aceitaria voltar. Mas hoje,  meu amor eu soube que já  não  sou a mesma,  nestes seis meses mudei tanto,  que acho que já  não  sou a mulher que amaste.
E tenho medo que não  me reconheças e venhas a odiar-me,  tenho tanto medo disso meu amor. Sabes que és  o causador disso, não  sabes?  Eu amei-te com  tudo quem em mim havia,  rasguei-me por dentro  na esperança  que um dia me desses por inteiro tudo que te dei,  mas esse dia não  chegou. Hoje ao falar com a tua irmã  percebi que não  quero voltar.
Hoje digo não  às  noites que chorei,  às  vezes que senti o poço  puxar-me para dentro e o sufoco crescer em mim,  Miguel,  hoje sinto-me mais viva do que alguma vez senti contigo. Perdoa-me se te digo isto tão  directamente,  ainda te amo,  só  não  posso mais ficar contigo. Não  quero mais sofrer Miguel,  és  e para sempre serás  o meu grande amor,  isso ninguém  te pode tirar.

domingo, 17 de julho de 2016

Te busco

Te busco
Entre os olhares trocados
Os sorrisos forçados
Te busco

Hoje sei que não  serás  fácil
Mas sei que vales a pena
Te busco, 
com vontade de te encontrar
Te busco, 
Tenho tanto amor a dar.

O tempo deixou lacunas em mim,
Quando me encontrares
Já não estarei inteira.
Encontra-me pela metade,
Ama-me por inteiro.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

De olhos fechados

De olhos fechados, 
Pousei os pés 
No solo...
Pensei que seria frio
É  quente
O insólito...

A vibração  da Terra
Por mim
Senti-a passar
De olhos fechados,
Alma nua,
Neste lugar....

No limite do mundo,
Que me fizeste
Chegar....
Junto ao abismo,
Virei-me,
Joguei-me
Sem medo
De errar

Abismos,
É  deles
Que é  feito o caminhar
O momento antes de amar,
Antes de sorrir,
De correr,
De escolher sonhar.

Abismos, 
De olhos fechados, 
Sempre os escolho atravessar.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Juventude de Corações Partidos

Quando era pequena,  eu vi muitos filmes da Disney e comecei a acreditar que havia um Príncipe para mim neste mundo,  quando comecei a crescer descobri que os Príncipes não são comuns e que para que um deles te encontre,  tens de ser uma Princesa.
Então eu me tornei numa Princesa,  sabia estar,  sabia falar,  não  me dei a qualquer um e guardei o meu maior tesouro para o meu Príncipe,  porque eu sabia  que ele havia de chegar.
Eu esperei,  e nessa espera conheci todo o tipo de indivíduos que me mostraram que tipo de pessoa não quero na minha vida. E então,  sem avisar,  como quem não quer a coisa,  tu chegaste.
E foi tudo que eu sempre sonhei.
Todos os dias eu pedia a Deus para que nós  dois dessemos certo,  eu pedia para que se fosse para dar errado que eu morresse no exacto momento em que tudo estava a dar certo. Eu pedi tanto,  eu acreditei tanto,  e no fim,  no fim....o Senhor não  me aliviou dessa dor  e durante dias tu estiveste nos meus sonhos mas não na minha vida. Eu tinha reminiscências de tudo que vivemos e não conseguia estar em lado nenhum,  porque tudo me lembra de ti.
E eu sei que não vamos voltar nunca mais,  mas dentro de mim eu desejo todos os dias ainda ser tua. Eu desejo com tudo que em mim há.
Os meses passaram,  como passam sempre e aprendi a respirar entre sufocos,  aprendi que a melhor coisa era criar novas memórias e novas relações do que me estribar em tudo aquilo que vivemos. Sinto a tua falta,  nunca hei de deixar de sentir....só posso desejar um dia poder viver sem sufocar.
O Amor que eu tive em mim,  aquele que eu te dei,  nunca mais vou conseguir dar a outro alguém,  disso tenho certeza. A verdade é que já  não  procuro a minha metade,  já não quero passar por aquilo que passei contigo,  tenho esse direito não? 
É,  de corações partidos é  feito esse mundo,  e não há como cura-los.

Carta de uma Mulher Desiludida

Fiquei cansada de esperar por um homem que não minta...ao menos contigo eu sei em que posição estou.
Fiquei cansada de dar tudo de mim e acabar sempre vazia por causa de relações drenantes. Cansei-me de tudo isso, eu sempre achei que merecia mais, que por eu ser verdadeira, me entregar, me dedicar, lutar para que atingisses o cume do teu potencial, eu achei que eu merecia mais. Mas neste momento, neste preciso momento, estou cansada. E contigo eu sei, que não me deves nada e eu não te cobro nada. Se não ligas, não faz mal, se ligas, tudo bem. Mas já não me sento junto ao telefone à espera dd uma ligação ou da resposta à mensagem que enviei à 1149 segundos. Já não faço  isso.
Aprendi que existem duas pessoas separadas, que não somos um corpo em sincronia, e que não há mal nenhum em não o ser. Que a minha vida vai sempre existir até mesmo quando não mais quiseres fazer parte dela, e mais do que isso, quando eu decidir partir, não tenho de me submeter a despedidas melosas, nem justificações extensivas porque sabe o quê? Eu não te devo nada e mais do que isso, nada a mim tu deves. E é assim que as relações devem ser.

Por Ralde Sicato

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Miguel,

     estou sozinha nesta casa enorme...mas tu estás em tudo. Pensei que o tempo ia te fazer partir, mas quanto mais só fico mais sinto a tua presença. Às vezes pareço ainda ouvir tua voz, e isso me assusta, será que estou a enloquecer? Porque isto supera toda a normalidade, devo estar a enlouquecer.
   Pelo menos parei de sonhar contigo,  mas a minha pele ainda pede as tuas mãos, e esta cama está grande demais, só para mim, é  grande demais. Por isso agora durmo no chão d nossa pequena salinha. E não tenho dormido sozinha,  tenho vergonha disso,  mas é verdade. E nas noites em que eles não estão,  eu bebo,  e fumo mais que algum dia fumei,  e repito a mim mesma que vou ficar bem, que vou te tirar de mim. Deus queira!
     Deposito toda a fé nesse novo terapeuta que achei...ainda não vi nada,  mas sempre me disseste para ter fé. Ele me pediu para deixar de frequentar os nossos lugares,  por isso deixei de trabalhar,  esse é um dos males maiores. Não me posso livrar do carro,  nem da casa,  mas esse trabalho que me implica ver-te todos os dias,  posso,  pelo menos até ficar bem.
     Sei que isso tudo é mirabolação minha,  que já não queres saber de mim,  que eu estar ou não estar,  não te faz diferença,  mas eu não escrevo para essa pessoa fria que te tornaste... Eu escrevo para o Homem que eu amei, que passou noites em claro quando minhas dores não me permitiam dormir, eu escrevo para o Homem que me pediu em casamento, eu escrevo para o Homem que disse querer deixar o mundo para trás e seguir em frente comigo, eu escrevo para o Homem que me amou, e que eu amei, como nunca amei ninguém...e talvez nunca venha a amar.

As luzes da madrugada lembram-me de ti. Eu não consigo dormir sem ouvir a tua voz, e sinto uma tremenda falta tua, será que sabes isso? Será que também faço falta?
Enfim, eu sei que hoje falta, e amanhã, talvez já me tenhas apagado de ti e eu tenho deixado de existir...afinal, em uma semana e um dia, a gente supera qualquer presença em nossa vida. Mas não penses que é isso que desejo,  longe de mim....se soubesses,  que eu queria te ter comigo,  queria ser tua,  de verdade,  e queria que fosses meu... queria que me pedisses para ficar,  mas com vontade,  como se a tua vida fosse acabar,  não com essa voz de quem diz fica,  só para eu te ter uma vez mais e depois podes partir. Não assim.
Eu queria que me explicasses todos os motivos que te fazem ficar a madrugada toda a falar comigo,  que te impedem de adormecer sem ouvir a minha voz,  eu queria saber,  aqueles que guardas em ti,  que nunca  me contaste,  porque eu sei que há mais,  que não é  só vontade e desejo,  e tesão. Eu sei.
Ou talvez,  seja eu,  uma vez mais,  a querer encontrar motivos para crer que a minha presença  faz a diferença,  motivos que nem existem,  porque se os houvesse,  nós  não estaríamos assim,  pelo menos eu não estaria assim.
Com uma ressaca tua,  com uma vontade de me embriagar,  mesmo que isso seja errado,  mesmo que depois de tudo isso eu continua a ser só eu,  e tu,  só tu. Eu não estaria assim,  se em mim não houvesse nada,  se fosse só uma semana,  e eu pudesse voltar à  minha vida,  eu não estaria assim.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Eu passei tanto tempo, a acreditar que acabou, que o fogo que eu tinha em mim não iria voltar a arder... passei tanto tempo a tentar encontrar justificações para tudo que correu mal, sim porquê, no meio disso tudo, eu falhei, muito mais do que tu, falhei porque fui eu quem mais acreditou, fui eu quem mais amou, eu quem mais sofreu. Por isso eu falhei.
Mas passei tanto tempo, a criar muralhas à volta de mim, a arranjar motivos para manter tudo e todos distantes...eu fiz tanto, prometi a mim mesma tanto, e tu chegas como quem não quer a coisa e um dia me arrebatas e mudas a minha órbita.
Foda-se, se esta merda for mentira, se for tudo encenação....

Eu senti, 
senti consumir-me aos poucos...
Disse a mim mesma
A vida
Acontece aos poucos...

Mas é  mentira, 
Eu sei,
Eu sinto,
Tu sabes, 
Tu sentes.

A vida impulsiona,
A vida transborda...

O coração saiu pela boca...
"É  agora. É  agora." Corri,  como não corria há  anos,  corri para preservar o pouco de vergonha que me resta...eh quando eu digo que não tenho nada a perder,  minto a mim mesma. Tenho,  e muito.
Mas nas voltas que esta vida tem dado,  prefiro acreditar que não tenho mais nada a perder. Porque uma pessoa que se rasga constantemente na esperança de ajudar a curar...tem que passar a acreditar que não tem mais nada a perder.
A verdade é que o meu coração,  tomou um caminho pelo esófago acima,  e toda a minha inconsciente, todo o meu esforço em tentar viver  ao limite,  foi travado pelo meu cérebro. Eh,  viver ao máximo tem disso,  a gente não mede a dimensão das nossas atitudes,  e sempre esperamos que corra tudo pelo bem,  mas a verdade é que não  vai correr.
Em última instância,  depois de toda essa euforia passar,  eu vou acabar com um misto de sentimento de pesar, coração partido, tu vais voltar para ela, e eu vou voltar para a minha vida de auto-comiseração.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Distante

Nós  decidimos continuar a nos amar,  mas nos amar à  distância. 
À  distância ninguém sofre,  à  distância eu escolho acreditar em tudo que prometeste,  guardo comigo todos os teus quadros,  partilhamos uma vida, sabes? 
À  distância dou-te todo o meu amor,  da única forma que o sei dar, à  distância não há cobranças,  não tenho eu de te pedir mil vezes que me ames mais puramente,  mais intensamente, mais e mais e mais; à  distância não tens de sentir a minha intensidade,  podes ser tu a mandar,  a corrigir e a viver dentro dos teus limites.
À  distância eu amo-te platonicamente,  és tu o amor mais perfeito; à  distância tenho-te pintado com meus tons,  todos os dias sou mais tua, ainda falta realizar sonhos tantos que idealizamos. 
À distância serei sempre tua,  só eu te amei desse jeito, à  distância lembro tudo que fomos,  do quanto ainda poderíamos ter sido. Amo-te,  sabes? Só tu mexes comigo desse jeito.
À noite imagino-te inquieto procurando maneiras de me ouvir,  é  que sempre bate aquela saudade. Distante amando,  a gente também sofre. 

Imagino se tivéssemos lutado,  se tivéssemos cedido cada parte nossa,  mas sem fingimento,  pura e integralmente. Se assim fosse,  meu amor,  meu mundo,  diz-me,  ainda estaríamos juntos?

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Carta de um Velho Caduco

Eu? Eu não sei nada,  pelo menos é  o que o meu neto me diz: "que sabes tu sobre isso? Avô,  tu não sabes nada." E eu aceito,  deve ser verdade,  nunca fui à  escola,  mas sei contar até dez,  embora às  vezes me esqueça que o 5 vem antes do 6. Mas sei contar. Cresci no campo,  nunca vi a cidade,  até que a minha Clarinha decidiu expor-me aqui,  é  expor, sim. Porque só existo no Natal e na Páscoa,  nessa altura,  todos são mais cristãos,  todos amam mais e mais profundamente, mas que sei eu? Eu não sei nada.
Eu cresci na aldeia, e o meu primeiro amor,  foi  o primeiro e o último,  a minha Maria,....aiiii,  ainda me lembro tão bem,  ela assaz leda,  cantil na cabeça,  ainda me lembro. Mas desviei o olhar quando ela me viu,  não tive coragem para a mirar assim. Levei meses a ter. A minha Maria,  não era a mais bonita,  nem a mais esperta,  mas era minha,  trocámos cartas pra lá de dois anos,  até eu ganhar coragem,  mas lá ganhei, "é  preciso força para fazer o que tem de ser feito".
O meu netinho não entende isso...a moçoila que o encanta,  andam num jogo de orgulho e falta de confiança,  vivem de ilusões que eu não assimilo: no meu tempo não eramos assim, eramos mais verdadeiros,  se era para impressionar era pela positiva. Porque o amor tem de ser sempre pela positiva. Mas eu não sei nada,  pelo menos é  o que ele diz.
Mas eu sei,  eu sei,  que a minha Maria adorava a flor roubada do quintal do tio Zé,  a minha Maria ria  sempre de tudo que dizia,  e olhava para mim com ternura e nesses momentos eu sabia que não haveria outra neste mundo,  e eu,  nesses segundos,  amava-a mais,  e não me continha,  arrebatava-a do chão e dávamos a volta ao mundo,  pelo menos no mesmo lugar, e o sol no meu olhar teimava em me fazer chorar,  e ela sabia,  eu não tinha de falar,  mas ela sabia. Mas eu,  eu não sei nada.
No meu tempo,  noutra altura e noutro lugar,  amor era um valor imenso a dar e hoje esses miúdos nunca hão de saber o que é  amar,  porque estão demasiado preocupados em impressionar,  em tentar se auto superar,  em tentar parecer cool,  sem saber que o amor,  é  o simples acto de se entregar. Só isso,  mas que sei eu,  eu não sei nada,  afinal,  uma pessoa que não se limpa quando se baba,  deve ser uma pessoa acabada...

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Então eu incendiei tudo,  e fique ali,  estática a ver as labaredas te consumir... desejei que fosses tu,  de certa forma até foste. Porque esta pessoas que passa por mim todos os dias,  já não és tu,  ela usa óculos e tem barba de duas semanas por fazer,  não podes ser tu.
Eu fiquei ali, pensei que me fosse também consumir... não foi.
Pensei que eu iria debruçar-me em prantos lamentando,  tudo que havia incendiado...não  foi.
Hummm,  parece que já não há nada. Sem ser esta réstia de ainda escrever sobre ti,  até não....sobre o que fiz para te esquecer...sem ser isto,  já não há nada.

Sempre fui tão dramática,  pesando as coisas numa dimensão sobrehumana. Pensava que se as pessoas não falam durante um dia,  talvez nunca mais se voltem a falar,  que se o adeus não é dito com amor,  as coisas nunca mais serão iguais. E é  isso que eu transportei para a minha forma de amar,  sempre tão incomensurável,  sempre tão vívida...

Eu...

Sou eu...

Entre pedaços
de um coração partido, 
sou eu, 
meio despida, 
desorientada, 
questionando
toda minha existência.

Nos momentos em que
o tempo para, 
que pareço distante, 
e estou, 
mas tu não sabes, 
sou eu.

Ao falar
coisas descomedidas, 
sorriso nervoso, 
olhar inquieto sou eu, 
tenho de me aceitar assim

De manhã, 
com o pior humor do,
exausta da vida, 
Ou à noite
quando não consigo adormecer, 
e imagina mil saídas
deste enredo
que estou a viver, 
sou eu

Com lágrimas nos olhos, 
com peito apertado, 
procurando fazer o bem, 

No momento
em que vejo
com maior clareza, 
e sei que tudo
Deus sustém, 
sou eu.

E estes dias, 
quando me deixei invadir
pela paz da morte
que arrebata, 
deixando para trás
pesadas lembranças, 
fui eu.

Ela

Olha para mim, 
é  isso que pensas
que persigo?
Não me conheces ainda, 
se é  assim que visualizas.

Eu nunca quis Cayennes, 
e hotéis de cinco estrelas,
Tenho em mim um universo
cheio delas.
Não precisei que fosses omnisapiente, 
precisava que por dentro
me conhecesses.

Tou cansada
de conversas
de pensamento vazias, 
em que tenho companhia
mas nunca me senti tão sozinha.

Se fossemos só os dois, 
podiamos andar a pé,
carago,  se desse,  descalços até.
Nunca te pedi mais que verdade, 
de ilusões
está  cheia a humanidade.
Eu quero alguém transcendente, 
que não caiba na comum mente, 
quero insanidade, 
intocável necessidade
de pertença de ser.

Se me quisesses assim,
Se me mostrasses todo um mundo
por descobrir,
quão bom seria
a minha existência em ti,
Tiveste medo.
De quê  não sei,
tiveste medo,
e só agora o sei.

Desculpa se ajudei
esse medo a crescer.
Desculpa se te fiz
pensar que
muito mais tinhas de dar,
Queria-te assim,
sem mais nem menos,
verdadeiro por inteiro,
amor transcendente,
Como se fosse,
O primeiro.

Ele

Dei-te tudo que podia dar,
Eu sou aquele menino,
Numa turma  de 100,
Que vem com um lápis e um caderno
Todos os temas no mesmo
Não tenho onde mais os apontar.

Numa guerra de artilharia
Da pesada e actualizada,
Venho de flecha e espada,
Ando a pé
Pés sujos,  roupa cansada.

Apanho autocarros para chegar a ti,
Não sei o sabor do táxi, 
Nunca o senti.
Sou metade do que deveria ser,
Mas tudo em mim é verdade
Porque eu vim com tudo que tenho,
Tudo que sou, 
Tudo que me tem mantido,
E dei-te tudo esse cosmo.

Que pode ser mais real
do que isso?
A verdade é que
eles deram-te Cayennes,
o Sol, as estrelas
e o Luar,
hotéis de cinco estrelas,
e nunca mais a pé
tiveste de caminhar,

Eu, ao pé deles
sou tão pequeno,
Tive medo,
tive medo,
mas em tudo isso fui sincero.

O Amor trancende,
Toda a pequenez do ser.
Penetra a fissuras do teu ser,
Torna-te uno...
Impulsiona-te,  mostra-te como caminhar, 
Como respirar...
Esclarece a tua ignorância:
"Há mais para ver, 
o mundo não termina aqui"
Ele faz isso...

Sentado na varanda dos meus avós,
No parque,  depiis de cair,
Na fila do supermercado, 
quando deixaste o teu odor fluir,
Nos meus sonhos antes de te encontrar...
Conheci-te...
Sem querer,  sem procurar, 
Como chuva miudinha, 
Em crescendo...

Sim,
porque os furacões, 
Esses são bons
enquanto pensamos
que é chuva tropical, 
quente e salubre,
mas depois
de todo o alvoroço
temos um fecho de destruição.
Os furacões não.

Mas a chuva miudinha, 
essa que nasce
de uma nuvenzinha, 
quando nos vislumbramos na multidão, 
que não foi precipitada, 
que levou tempo...
a chuva que cheira
a Amor verdadeiro, 
que anuncia a Primavera, 

quando os Astros se posicionam
em orquestra filarmónica, 
e a minha Ascenção conhece a tua, 
e nós  sabemos,  que depois de cada chuva vêm flores...

Um jardim de aromas, 
pintalgando o nosso cosmo,
de força hercúlea, 
vestida de Artemisa,
sobre todas  as vicissitudes
transcente e
sobremaneira vence.
Isso é Amor, 
sem mesquinhez, 
sem meias palavras, 
dois pesos e duas medidas, 
um amor que é muito mais.

Quando dás por ti, 
a rezar para que
o sentimento de solidão suma, 
que ele/a te veja como oxigénio
e razão de viver
Isso não é amor.

Quando tens de arranjar
justificações para a falta
De carinho,  de tesão,
para a falta
De emoção
Isso não é amor.

Se num dia como outro qualquer, 
deres por ti, 
a ver as coisas em perspectiva, 
e o tempo abrandar e
questionares-te:
"o que ainda faço aqui?"
Isso não é amor.

Se fores só tu a lutar, 
se a exaustão for
sobremaneira existencial, 
do tipo que nem
com mil anos de descanso
é  possível suprir, 
Isso não é amor.

Porque o amor, 
é  sinónimo de luta, 
mas não de campo de batalha, 
nem de Titanic que submerge.

Porque o amor, 
não é o moro de lamentações 
ou procissão a Fátima,
que no fim
encontraste com joelhos esfolados, 
alma nua, 
e olhar desnorteado.

Porque o amor,
não é uma sexta feira negra,
ou um leilão público,
em que rezas: 
"que a tua seja a melhor solicitação",
porque estás tão inseguro de tudo,
De todos, 
sem certeza do valor
que tens e
em teu âmago sufocas:
"é eminente o fim",
tu sabes, tu sabes, tão bem,
ninguém precisa de to dizer,
tu sabes,
consegues senti-lo
tão vividamente
de maneira tão transcendente,
que se tentares explicar
ninguém vai entender,
mas tu sabes.
Nada disso é amor,
talvez laivos
de paixões doentias,
mas não te atrevas a acreditar
que é amor.
O Amor, é  muito mais que isso,
muito mais.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Tão minha...

Dá-me um prazer...é doentio até, mas dá-me prazer saber que tens sofrido.
Eu ainda não te tirei por completo de mim mas a cada dia que passa estou mais próximo disso....de te ver apenas pelo que realmente és ...bandido, falcatrueiro, tudo que eu dizia a mim mesma que não eras. E isso é bom porque tenho me enchido de uma paz... essa gripe que me acomete também ajudou nisso.
É que eu vi que tenho de cuidar de mim, que há outras coisas nesse mundo para além da vida que pensei construir contigo. E sabe o quê?
Quem perdeu foi você. Eh, foste tu que perdeste, é que eu posso ser desequilibrada, mas dei-te um amor que nem num milhão de anos hás de encontrar em todas as vacas que comeres. E no dia que caires em ti, no dia em que, a meio da noite estiveres a sufocar, ao lado de uma vaca que não tem nada na cabeça sem ser o postiço brasileiro, nesse dia meu amor, eu ja não vou ser tua. Vou ser tão minha que mais ninguem me vai tirar de mim. Vou ser tao minha que o teu nome vai deixar de me incomodar. Vou ser tão minha que os lugares e as coisas que fizemos vão ser um passado longínquo, que se esvanece no fumo do tempo. Eu vou ser tão minha como tinha esquecido de ser. E não deixar que alguém me volte a tirar de mim.

sábado, 21 de maio de 2016

Estou num reply do que vivi contigo, é uma experiência transcendente. Em cada lugar que foi nosso, nos vejo e revejo inúmeras vezes, parece que foi tudo bom....mas não pode ter sido, certo?
Por mais que eu tente me convencer que podíamos superar a insegurança e a desconfiança, por mais que eu só queira guardar o que foi bom,que eu sonhe todos os dias com um mundo inconcebível,tu e eu,aqui e agora,para sempre..., mataste-me tantas vezes, tantas vezes dormi sufocada, sem saber, foi isso que mais me custou não saber o meu valor para ti...isso matou-me muitas vezes.

domingo, 15 de maio de 2016

Transborda

Tenho apagado todos os pesos prescindiveis desta vida, mas tu não...
Guardo-te tão junto a mim e tu nem sabes,  que não tenho sufocado, que tenho voltado  a acreditar aos poucos e que simplifiquei tanto as coisas. Eu que sempre fui assombrada e perseguida,  simplifiquei as coisas pq contigo eu só  quero que seja simples,  respirar sem descompassar o coração, andar sem medo de vacilar.
Mas custa um pouco essa tua indiferença, não te peço que me entregues tua vida, ou que me faças tua rainha...não te peço nada disso....
Pousa em meu colo e fica, porque neste momento, neste preciso momento, tu és o objecto do meu amor...
Aceita numa mentira esse amor,diz que sim,que também sentes,diz que me amas eternamente. Sei que não,mas mente um pouco mais...é que o amor que em mim há transborda,e em ti hoje vou transbordar.

Onde quer que estejas,  transborda. Como quer que estejas,  transborda. Tal qual um rio que flui com abundante graça,  transborda de amor,  de bondade, transborda e flui onde estiveres,  ensina aqueles iletrados, ensina-os a ser o bem,  a querer o  bem e a crer no bem. Transborda. Onde quer que estejas. Transborda. Sempre,  independentemente de tudo.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Hummmmm,  as coisas ficaram tão complicadas. Eu te imagino do outro lado,  à  espera do meu sinal,  e eu espero deste lado que o teu pensamento seja igual.... Eu sempre complico tanto as coisas,  esmiúço demais tudo que me rodeia,  me entrego demais,  espero demais,  acredito demais,  e contigo não era nada disso. Não havia expectativa,  não havia promessas e isso é que tornava a nossa relação espectacular. Não me deves nada e nem eu a ti, mas sem querer nos damos tudo...

Eu não quero te sugar para a minha confusão existencial,  porque eu sempre faço isso. Não quero que um dia acordes e não consigas viver sem mim,  porque sempre consigo isso...Não te quero prender a mim,  mas tbm não te quero deixar ir. Tu fazes-me bem,  tu me deixas leve,  faz tempo que não sou leve,  não sou essa pessoa alegre que apenas se deixa levar...agora vês pq não quero que me peças mais para deixar de fumar? Não quero estar ao pé de ti e me sentir presa,  há muito que me sinto presa,  limitada por pessoas enclausuradoras,  que me impedem de ser feliz. Talvez isso nem seja felicidade,  mas quem são eles para me dizer que não?
Não quero que sejas claustrofóbico como eles... Antes sê libertador,  impulsiona-me,  mostra-me que ainda posso voar mais alto,  mostra-me que eu não existo em vão,  mostra-me que eu faço a diferença,  mostra-me tudo que quiseres mostrar,  tudo que permitires,  e tudo que eu puder encontrar...que se deixares,  eu farei o mesmo.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Promete-me que vais mudar,  promete que é  a última vez.
Promete-me que sou a única em tua vida, promete que para sempre iras ficar.
Promete-me o céu e o mar.
Promete que hoje mesmo vamos voltar a nos amar.
Promete que se eu morrer,  por ti,  por nós não será em vão.
Promete mil e uma vezes que eu ainda sou quem queres.
Promete e hoje mesmo eu fico,  fico com a vontade de mil anos de incessantemente te encontrar.
Promete, suplico-te promete, não sei em que mais acreditar...já prometeste tantas vezes,  e tantas vezes voltaste a falhar.
Mas promete que dentro de ti, bem dentro, eu te ensinei como amar.

quarta-feira, 30 de março de 2016

I was sad for a long time, not due to my inner sadness,  not because of my unawareness. I was sad for a long time,  due to my lack of an object to love. You see love it's an unstoppable force,  it's the sense of the blossoming life within the human being,  life in it must pure force,  and if you hold it,  long enafe,  you will fell suffocated, as if you're going to explode. As if,  life itself,  it's meaningless, and all,  all that moves you,  all that leads you towards life,  is fading,  so fast,  so deeply,  so unreachable that you can't even countain yourself.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Eu pensei que seriamos felizes,  cogitei tanta coisa em mim...
Eu pensei que poderia te perdoar,  que o amor ia falar mais alto...
Eu pensei que as discussões iam nos ajudar a crescer,  que um dia,  quando os nossos calcanhares estivessem à vista,  por amor,  não nos iríamos magoar...
Eu pensei que o amor superava tudo...hoje eu sei que não.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

As coisas não são como nos filmes. No final , sempre hás de ter o Universo a tuas costas e uma dor incurável, o tempo vai passar e vais encontrar formas de te curar, seja no alcool ou na arte, cada um tem a sua forma de extravasar... e é nesses momentos que aprendemos mais sobre nós,  aquilo que nos custa que torna difícil respirar...aquilo que impede de adormecer à  noite.... Nós aprendemos com o tempo.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Eles não entendem. E talvez nunca venham a entender.
Não faz mal,  eu tenho apenas certeza de duas coisas: amo-te,  e vou até ao fim do mundo com o meu amar.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Já não lembro o teu rosto,aos poucos, cada vez que te vejo, é  sempre inédito.
És estranho para mim, nunca pensei dizer isso, mas és um estranho para mim.
A pessoa que eu amei, a pessoa que me tocou, que durante a noite me amparou, essa pessoa que fez parte de mim...não sei, não sei se ainda existe em ti.
Talvez agora sejas apenas lembrança do que foste em mim, porque hoje não te conheço mais.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

         Miguel,

Eu quero acreditar, com tudo que há em
mim, que nós  vamos  ficar bem,  quero com todas as minhas forças.
Eu quero acreditar que aquele não foi o último beijo,  que haverão muitos mais,  que eu ainda vou ser feliz ao teu lado,  como nunca fui. E que eu serei a bússola orientadora da tua vida,  o elixir dos deuses. Eu quero acreditar.
Que nós  vamos superar as nossas diferenças,  que entre nós  as coisas más se tornarão  mais escassas,  e os dias bons uma constante presença.
Eu quero acreditar que os nossos sonhos,  aqueles que construímos juntos,  esses,  ainda se vão realizar. Eu quero acreditar que vais cumprir todas as promessas que fizeste,  que as palavras vão deixar,  hoje mesmo,  de ser vazias,  que a tua mão nunca mais vai largar a minha.
Eu quero acreditar que à  noite,  escura e traiçoeira,  vou ser guiada pelo teu andar. E que em última instância,  vais ser sempre tu: madrugada dentro,  quando demónios e voltos me assombram,  e tu me dás  paz; ao levantar,  depois de recorrentes insónias,  o meu impulso para continuar a lutar; ao longo do dia,  por sempre estás  comigo e és  constante  em mim,  minha alma gémea,  o único com quem eu quero partilhar; e ao regressar,  ansiedade imensa,  de em teus braços  voltar a estar...
Eu quero acreditar ainda que és e serás o último homem na minha vida, que contigo vou ter inúmeros rebentos e que o nosso lar será um berço para o Universo. Quero te ver deleitado com nossos filhos em teus braços...porque sabes que é isso que eu sempre quis.
Eu quero acreditar que os poetas se uniram para dar mais cor ao mundo,  para abrir os olhos e mostrar outra forma de viver,  o amor  no seu mais alto tom em sintonia com o Universo e com o Criador.
É..a união dos poetas não  pode ser em vão.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

À  noite, eu oro para que os teus planos deem certo,  que o Senhor guarde  os teus passos e que tu sejas  feliz, ainda que não  seja ao meu lado....que tu sejas feliz, que encontres a paz e a calma que mereces,  que o teu levantar e deitar seja leve. Que não falte comida na tua mesa,  um tecto sobre a tua cabeça e roupas que te mantenham quente.
Eu oro para que os dias se tornem mais leves e que vislumbres o concretizar do teu mundo onírico... oro para que esses conflitos que tens na vida se resolvam, que te encontres e saibas um dia reconhecer e assumir o Homem que eu vi em ti,  sem medos e sem meio-termos.
E que última instância encontres a mulher que te faça feliz... que  voltes a ver a tua mãe sorrir e que teu nome esteja no Livro da Vida.

Tou à espera de te apanhar em falso,  talvez em tempos idos teria sido para que baixasses a guardar para que eu te conhecesse mais profundamente. Mas hoje só quero confirmar que eu estou certa,  qje tu tens me mentido e enganado durante este tempo todo.
Estranho isso né? Eu sei,  mas deste-me todos os motivos pata ser assim e agora eu não sei ser de outra forma.
Neste momento,  eu vivo com uma mala no armário pronta a partir,  levo apenas o essencial...tou à  espera que falhes para puder virar as costas sabendo que dei tudo de mim e que não preciso de mais  justificações da tua parte... Desta vez,  só preciso de espaço para puder me recompor e aceitar que tu não vales nada,  que tu não me mereces,  que este tempo todo andei enamorada por uma imagem que criei de ti...a verdade é essa...enfim.
Tudo isso me custa bastante, porque em mim houve amor, houve planos e vontade de ser tua a todo o momento...é isso que me custa: ter acreditado em ti,e em nós.

Durante algum tempo ainda vou me deitar só, a solidão traz consigo tanta coisa...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Eu só queria ser feliz, tu disseste-me para eu procurar a felicidade e viver, amar deveras a vida.
Foi isso que fiz, eu tenho vivido, tenho amado a vida, tenho deixado de parte esse espectro que és. E hoje vens me dizer que eu tenho amado da maneira errada, que eu fiz demais, que eu sou demais....
Eu não entendo...disseste-me para ser feliz...ou será que era apenas feliz a teu ver, seguindo critérios que apenas tu podes conceber?
Não sei...

sábado, 23 de janeiro de 2016

Aprendi a mentir,  pois é,  ensinaste-me isso.
Aprendi que não devo ser 100% com quem só é  30...ensinaste-me isso.
Ensinaste que a liberdade vai até onde eu consigo ludibriar,  que se continuares a acreditar em mim,  então está tudo bem. Que só se confessa aquilo que está a descoberto. Que o que não sabes e nem conheces,  não existe. Ensinaste-me isso.
Sentada, envolvida pela noite, pergunto-me se a pessoa que me estou a tornar, a pessoa que tu me faças ser, se depois, se as coisas não derem certo, será que esta pessoa que virei a ser, será que restará algo de bom em mim.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Não faz mal se as coisas não resultarem,  se nós não voltarmos a ser quem eramos. Não faz mal se no meio disso tudo eu me perder e não souber como voltar atrás. Não  faz mal.
Porque eu guardo em mim todas as coisas boas  que vivemos,  todos sonhos nossos,  todos momentos também. Porque eu me vejo junto a ti e teu rosto tocar,  tua voz,  noite a dentro  ouvir. E durante muito tempo ainda vai ser assim. Não  faz mal.
Não faz mal.
Em todas as coisas que fizer sempre haverá  um pouco de ti,  sempre hei de lembrar os lugares que visitamos e os que ficaram  por visitar...e todos os dias,  ainda  a tua mensagem eu hei de esperar. E em tudo o que faço,  sempre há  uma parte de ti.
Amo'te imensamente e é assim que vou permanecer: vou deixar esse sentimento  me envolver eternamente,  até eu estar pronta a cedê-lo novamente.
Durante algum tempo ainda vai custar,  durantr algum tempo ainda vou sufocar. Mas não  quero te odiar mais,  não  posso,  não  devo. Deve sobrar só  amor.
Se sobrar só  amor,  talvez um dia eu te procure e reavivemos essa paixão  imortal,  talvez um dia eu te perdoe por todo o mal, talvez me perdoe a mim mesma e deixe de parte minha bagagem e me aceite como sou. Talvez quem sabe, nas esquinas dessa vida, nos encontremos e tudo isto deixe de ser pesado. Talvez,  talvez,  talvez,  nem seja preciso  o tempo passar...e amanhã mesmo te dês conta que não existe vida sem  mim ao teu lado,  e decidas voltar. Talvez... no  fundo é de probabilidades que temos vivido e delas continuaremos a viver.
Talvez o amor fale mais alto,  e tu voltes a me pertencer.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

"Sonhei contigo,  melhor,  sonhei com os teus sapatos.
Sonhei que me devolveste todas as coisas que te ofereci porque não querias mais a minha presença na tua vida. Sonhei com isso. E tenho tanto medo que isso se torne realidade,  tu não  tens noção.
Esses últimos dias, que passaram, têm  sido mais leves,  mas a memória de ti hoje me assola. Não é que eu tenha tentado te apagar de mim,  mas tenho tentado,  não mais sofrer,  não mais pensar incessantemente em ti.
Não foi fácil. Nunca é.
Mas entre cigarros e álcool,  lá consegui.
Sei que não  me queres ver assim,  submersa em sombras, com demónios vívidos que não  me deixam dormir...eu sei disso. Mas não és  tu que provocas isso,  é  a tua ausência,  é  saber que não  me tens tocado,  que não  me tens amado,  que eu não  tenho feito isso contigo....isso é que me mata,  e me tem morto cada vez mais."