segunda-feira, 25 de setembro de 2017

I wake up everyday at 6 am.
The heat of the dawn doesn't allows me to sleep through.
I wake up but I stay in bed, between this sheets,
reminiscing the dreams I had.
You see, my mind plays tricks on me.
It loves so deeply that loving you means killing me.
So every time I set my head to rest,
Images of you display,
Wishes and projections,
Most of it,
Things I never said.

So you hunt me like a working bee,
In my bed and in my sleep.
I could only wish to be at peace,
But waking up makes me more empty.
You see, in my dreams there's you and me,
When in reality, that no longer exists,
So I cry while sleeping,
And wake up unwillingly
I must say that I rather sleep,
Coz not having you,
Out side my head,
It's a truth I can not bear.

I do my best not to stunt on you,
I wish I could just set you free,
My deepest secret it's I still await
For the texts you used to send,
The calls, and the fights,
Late texting throughout the night,
The caring names you gave me,
The person I was,
That only you could see.

That's gone now,
Over and terminated.
I know that,
I try to explain that to my being.
It's just that loving you,
Was the best thing I ever did.

Lá fora a vida continua.
As pessoas sorriem e trabalham. Comem e fazem amor. Lá fora a vida não terminou. Fora de mim há vida em abundância. As pessoas se amam e se querem constantemente.
Mas aqui, no âmago do meu ser, a vida parou. Eu parei.
Aqui, dentro de mim, construi uma sala fechada. Ela está cheia de imagens tuas. Tuas e dos filhos que não tivemos.
E todos os dias entro nessa sala, num demorado ritual, espero que regresses para mim.
Todos os dias, as lágrimas que correm são inéditas. Como a primeira facada, num corpo cansado. A dor é sempre nova, fresca demais, sangrando ainda depois deste tempo todo.
Corto os pulsos inúmeras vezes, mas não esvaio. Grito, mas não há som. Sou uma figura muda, a preto e branco pintada no templo que o teu espectro deixou.

domingo, 17 de setembro de 2017

Ela passou o dia na cama. O sufoco não lhe permitia levantar. E todas as vozes cercando-a não deixando ela ouvir a própria  voz.
A sua mente era um quarto fechado, com sistema de som interno. As janelas e as paredes eram fruto de uma criação do gerente do quarto, quando ele não  queria, ela permanecia no escuro. E nesse dia, o gerente colocou o cd de heavy rock no máximo, com imagens de pessoas cortando os pulsos, projectadas na parede. E entre cada slide, uma projecção dele.
Enquanto ela era empurrada para o abismo, as imagens dele recordavam-na que ele não a amava. Que todo o amor que ela tinha lhe dado, não fizera com que nele nascesse amor.
Isso é  o que mais a destruía. Saber que ela lutara por alguém que não  lutava por ela.

sábado, 2 de setembro de 2017

Ela sentou-se por baixo  da ombreira da porta, sob os primeiros raios de sol, no silêncio  do seu apartamento, lá  fora os primeiros sinais de vida citadina.
Há algo de especial nas segundas feiras, um toque de novidade, de véspera de ano novo; que nos torna mais capazes de enfrentar a vida e vencer os nossos demônios.
Ela ainda não  recuperara a cem por cento, as cicatrizes no rosto ainda deixavam réstias, mas estava na alma a maior ferida. O pior tipo de ingratidão é  que vem de uma mão que tentamos ajudar. A mão que te dá  de comer é a mesma mão que mordes? Isso ela não  conseguia assimilar ainda...imterrogou-se inúmeras vezes se devia ir falar com ele, depois da agressão  não voltara a encontra-lo. Enquanto esteve no hospital, recebera uma carta dele, enviada do estabelecimento prisional. David iria passar por um processo de reabilitação, era toxicodependente e, pelos vistos, tinha de ser reensinado a viver em sociedade.
Ela guardara a carta. A sua mãe quisera rasga-la, ela não  deixou. No momento não  conseguira reunir forças  para ouvir as palavras que nela continha. Não  conseguia ler, as abrasoes eram de tal forma grave que tivera de ficar vendada durante 8 semanas. Depois disso, ficou impedida de ficar em espaços demasiado iluminados durante um espaço de 3 meses.
A empresa responsabilizara-se por tudo. O contrato fora suspenso. E Almir...no espaço de 5 meses ocupou um espaço  na vida dela. Todos os dias falavam. Ele sentia-se responsável. Não havia motivos, mas sentia.
Desde que a levara do pavilhão para a ambulância nunca mais deixara de a carregar. No meio de todos aqueles escombros, nasciam flores. Almir tornava-se aos poucos alguém próximo...mais próximo  que um amigo. E naquela segunda feira, ele pedira-lhe que se prepara-se porque tinha uma surpresa para ela. Então  ela não  conseguiu dormir. Às cinco já estava de pé, ainda a cidade escura, já ela ansiando a chegada dele.